“Tudo indica que neste momento os dois clusters estão contidos. Mas vamos continuar o rastreio e testagem de contactos e não podemos descartar que algum caso esteja por aí e resultar futuramente numa transmissão comunitária futura”, disse Rui Araújo, coordenador da equipa para a Prevenção e Mitigação da Covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC).
Rui Araújo disse que os dois clusters de contágios ocorreram “praticamente no contexto familiar”, com um paciente primário a contagiar outros familiares e vizinhos e um extensionista, da segunda aldeia, que por sua vez contagiou alguns dos seus familiares.
Um extensionista é um funcionário público do setor da agricultura que nos postos administrativos apoia as iniciativas de extensão agrícola.
As preocupações centram-se em dois focos de transmissão local, um na aldeia de Onu-Laran, de apenas 373 habitantes, localizada no suco [divisão administrativa local] de Maudemo, posto administrativo de Tilomar, onde há três casos confirmados.
A outra cluster de casos – sete até ao momento, entre eles o paciente ‘um’ que terá contagiado pessoas nas duas aldeias – é na aldeia de Clau Halec, suco de Belulik Leten e posto administrativo de Fatumean.
Rui Araújo disse que desde que os focos de casos foram detetados, as equipas de vigilância realizaram já mais de 280 testes em três aldeias – Clau Halec e Belulic Cra’ic, em Fatumean, e Onu-Laran – e ainda na vila de Suai, a capital do município.
Covalima, que está sob cerca sanitária desde meados de fevereiro, vai continuar nessa situação pelo menos até ao início de abril, de acordo com as regras do novo período de estado de emergência aprovadas hoje pelo Governo.
A cerca sanitária que vigorava no vizinho município de Bobonaro vai ser levantada esta semana.
“Continuamos a procurar contactos e a equipa conjunta está a fazer rastreio para garantir que não houve mais contágios”, explicou Araújo.
Além dos 10 casos confirmados nas duas aldeias de Covalima, não se registaram mais casos positivos.
Também não houve casos positivos registados no âmbito da vigilância sentinela, realizada nos postos de saúde do país, em que são testadas pessoas que se apresentem com sintomas de infeção respiratória aguda.
O responsável timorense disse que no mês passado entraram regularmente na fronteira terrestre um total de 39 pessoas, a que somam mais 51 que entraram irregularmente e foram detetadas pelas autoridades.
“Todas foram transferidas para quarentena obrigatória”, afirmou.
Timor-Leste tem atualmente 23 casos ativos e acumula 113 desde o início da pandemia, não tendo havido a registar qualquer caso grave ou morte.
No último ano, Timor-Leste teve já 10 períodos de estado de emergência, com o primeiro a ser decretado em 28 de março.
Lusa/HN
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