Em declarações à agência Lusa na véspera de uma reunião com o Governo, José Gouveia avançou que, no encontro, o setor irá pedir “novos produtos em matéria de apoios”, tendo em conta que as discotecas e bares estão fechadas desde março de 2020 devido à pandemia.
“O setor precisa de outra injeção de capital, não para ter as portas abertas porque ainda estão encerradas, mas para se manterem saudáveis. Há que majorar os apoios”, avançou, referindo ainda a necessidade de apoios com retroativos, por exemplo, ao nível das rendas.
Para o presidente da Associação Nacional de Discotecas, o encontro vai servir igualmente para pensar na retoma, “nas reaberturas”, esperando que sejam discutidos “apoios para a retoma e os vários formatos que se podem apontar como exequíveis para a reabertura”.
“À partida sabemos que terá de ser feito de forma gradual numa fase inicial teríamos os bares e espaços ao ar livre com possibilidade de abertura imediata e, pouco tempo depois, pensar nos espaços de noite ‘indoor’ com as devidas restrições”, explicou José Gouveia.
O responsável adiantou que vários cenários estão em cima da mesa e lamentou que o Governo tenha “ignorado mais uma vez a noite”, aquando das fases do plano de desconfinamento apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa.
“Mais uma vez, falou de todos os setores e a noite ficou no silencio”, desabafou.
Lembrando que o Governo falou nos eventos e em criar testes piloto e eventos piloto, o responsável disse que irá colocar o setor da noite “à boleia” dessas iniciativas porque há quem faça “eventos esporadicamente e a noite faz-se todos os dias”, pelo que, o que for necessário uns seguirem não será muito diferente para os outros.
Em relação à realização de testes rápidos à entrada dos locais de diversão noturna, José Gouveia disse que esses testes têm preços a rondar seis euros a unidade, pelo que, num espaço com capacidade para 400 pessoas “seriam 2.400 euros por dia e, aí, ou o Estado comparticipa ou terá de ser imputado ao utente da noite”.
“Sabemos que, além de estarmos a viver uma crise de saúde sanitária, há também uma crise financeira e estamos a aumentar os custos para o utente”, lembrou, acrescentando que, a estas duas crises se junta uma terceira, a crise de confiança.
“Há que ver também como as pessoas estão confiantes em frequentar discotecas com um número elevado de pessoas”, frisou.
Para já, António Gouveia sublinha a importância de se dar primazia a bares com esplanada e pequenos bares, além de espaços ao ar livre e pensar depois nas discotecas “indoor”.
“Não há capacidade de esperar mais, é abrir ou fechar permanentemente, estamos a entrar na fase de extrema unção deste ramo”, lembrou.
LUSA/HN
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