Primeiras vacinas chegam à Guiné-Bissau, num “dia importante” no combate à pandemia

22 de Março 2021

As primeiras 12.000 doses de vacina contra a Covid-19 chegaram esta segunda-feira à Guiné-Bissau no âmbito de uma parceria público-privada entre uma empresa de telecomunicações da África do Sul e da União Africana.

“É de facto hoje um dia importante para a Guiné-Bissau no combate à pandemia da Covid-19 porque recebemos as primeiras 12.000 doses de vacina. Trata-se vacina Astrazeneca, que vai contribuir para executar o nosso plano de vacinação anti-covid”, afirmou a Alta Comissária para a Covid-19, Magda Robalo.

A Guiné-Bissau aprovou o uso de três vacinas, homologadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), contra a infeção provocada pelo novo coronavírus, nomeadamente a Pfizer/BioNTech, Astrazeneca/Oxford e AstraZeneca do Serum Institute da Índia.

“Também é importante recordar que estas doses chegaram à Guiné-Bissau, porque tinham sido atribuídas à África do Sul, que depois descobriu uma variante que não permite utilizar esta vacina. Temos de continuar a evitar a multiplicação do vírus, temos de trabalhar para atrasar e travar a transmissão, porque senão nós vamos ter variantes que não nos vão permitir utilizar as vacinas que estão a ser descobertas”, afirmou Magda Robalo.

A Alta Comissária para a Covid-19 falava aos jornalistas no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, após a receção das 12.000 doses de vacina, acompanhada do vice-primeiro-ministro, Soares Sambu, da ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzy Barbosa, do ministro da Saúde, António Deudna, do embaixador da União Africana no país, Ovídeo Pequeno, e do representante da empresa de telecomunicações sul-africana.

“Nos outros países a vacinação já começou há muito tempo. O país está de parabéns por ter recebido as vacinas”, disse o ministro da Saúde guineense, garantindo que as primeiras doses das vacinas serão para a classe que “tanto precisa”, ou seja, os funcionários do setor da saúde.

Em relação ao Plano Nacional de Vacinação, o Alto Comissariado explicou recentemente que numa primeira fase prevê atingir “20% da população guineense”, dando prioridade aos profissionais de saúde, pessoal de apoio da saúde, agentes de saúde comunitária, doentes com HIV/Sida, tuberculose, diabetes, doenças cardiovasculares, respiratória e doentes renais crónicos.

O Plano, a ser executado em três fases, visa atingir 70% da população guineense, por forma a criar uma imunidade de grupo que possa favorecer uma redução significativa da transmissão.

O COVAX [mecanismo de distribuição universal e equitativa de vacinas contra a Covid-19 cogerido pela OMS] já anunciou que a Guiné-Bissau vai receber 120.000 doses de vacinas da fabricante AstraZeneca até final de maio.

O Banco Mundial prevê apoiar a Guiné-Bissau para a cobertura de cerca de 15% da população, sendo que o COVAX promete fornecer vacinas para cerca de 20% da população.

A Guiné-Bissau regista mais de 3.500 casos de infeção pelo novo coronavírus, que já provocou a morte a 55 pessoas.

Na sequência do aumento de casos que se tem registado desde o início do ano, o Governo guineense decidiu prolongar o estado de calamidade por mais 30 dias, até 25 de março.

LUSA/HN

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