Bulgária alivia restrições antes de eleições e no pico dos contágios

1 de Abril 2021

A Bulgária decidiu esta quinta-feira relaxar as restrições ligadas à pandemia de Covid-19, três dias antes das eleições e num momento em que a mortalidade associada à pandemia está no nível mais alto.

“Certamente estamos no pico da terceira vaga, mas as coisas vão melhorar nas próximas semanas”, defendeu o ministro da Saúde, Kostadin Anguelov, em declarações à imprensa.

Os restaurantes e cafés reabriram as esplanadas após um encerramento de 10 dias, enquanto os pavilhões desportivos, piscinas, cinemas, teatros, circos e museus podem, novamente, receber o público a 30% da sua capacidade.

As creches vão voltar a receber crianças na segunda-feira, o dia seguinte às eleições, e os alunos regressam às salas de aula uma semana depois.

“Temos de encontrar um equilíbrio entre a saúde mental e a saúde física”, acrescentou o ministro, antecipando as críticas.

Os profissionais de emergência denunciaram imediatamente em comunicado uma “farsa” e uma “ameaça à vida dos pacientes”.

Mais de dez mil pessoas estão hospitalizadas no país, que tem menos de sete milhões de habitantes e uma das maiores taxas de mortalidade relativa à Covid-19 da União Europeia.

Na capital, Sófia, as ambulâncias têm de levar os doentes que precisam de cuidados intensivos de volta para casa devido à falta de camas disponíveis.

“Quando fechamos, metade das pessoas culpa-nos por as privarmos da cultura e do desporto, quando abrimos, a outra metade insulta-nos”, lamentou o inspetor-geral da Saúde, Angel Kountchev.

Em relação às eleições legislativas, o instituto Alpha Research relatou hoje “preocupações por causa da Covid-19”, expressas por 46% dos eleitores questionados.

Os socialistas podem ser penalizados por causa do seu eleitorado mais velho, que pode acorrer às urnas em menor número do que o habitual.

Na quarta-feira, a Bulgária registou um novo recorde de contágios pela Covid-19, com 5.176 novos casos e 155 mortes, enquanto o número de internados chegou a 9.811, dos quais 748 nos cuidados intensivos.

De acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a Bulgária tem atualmente a quarta maior taxa de mortalidade na União Europeia (UE).

O país ocupa o último lugar em vacinação na UE, tendo administrado uma dose a 6,7% da população adulta.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.816.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 128,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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