“Timor-Leste, principalmente a capital Díli, enfrenta uma situação de calamidade, a maior dos últimos 40 anos (senão mais), devido às fortes chuvas que causaram inundações, levando as casas da população, e algumas vidas”, disse José Reis em comunicado, sem especificar a situação anterior de calamidade no país, que esteve sob ocupação indonésia entre 1975 e 1999.
José Reis, que é também ministro do Plano e Ordenamento, adiantou que as autoridades estão a preparar um relatório com dados oficiais que serão divulgados em breve.
Referiu também que o Governo convocou uma reunião de urgência da Comissão Interministerial para a Proteção Civil e Desastres Naturais para segunda-feira de manhã.
José Reis adiantou que o Governo já ativou os mecanismos para responder de forma rápida, em especial às populações mais afetadas.
Na nota de imprensa, o vice-primeiro-ministro timorense manifesta-se solidário com os afetados e apresenta as condolências às famílias enlutadas.
José Reis considerou ainda que as infraestruturas existentes, construídas na última década, “não estão preparadas nem são adequadas para aguentarem” as situações climáticas que o país enfrenta regularmente.
“É claro, mais uma vez, que o Governo precisa investir fortemente no Plano e Ordenamento, de forma a serem um guião para a construção de infraestruturas adequadas e resilientes”, disse, adiantando que esta situação de calamidade é mais uma batalha a acrescentar à luta contra a pandemia de covid-19.
Face à previsão da meteorologia de continuidade das chuvas, José Reis apelou para a colaboração de todos e assegurou que o Governo continuará a fazer todos esforços para ultrapassar a situação de calamidade.
“Amado povo, no meio da situação que enfrentamos, apelo também para continuarmos a tentar manter a coragem, solidariedade e espírito de resiliência. Que o espírito de esperança da Época dá Páscoa nos dê forças a todos. Juntos enfrentamos mais esta batalha, e juntos venceremos!”, acrescentou.
As cheias que atingiram hoje grande parte da cidade de Díli provocaram pelo menos 11 mortos, segundo um balanço provisório da Proteção Civil.
Responsáveis do Governo e das várias estruturas de emergência estiveram reunidos de urgência no Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) para analisar os danos causados pelas cheias, que arrastaram casas, destruíram estradas e várias outras estruturas.
Entre as prioridades definidas, está o apoio à evacuação das zonas mais afetadas e ao realojamento de centenas de famílias afetadas pelas inundações em vários pontos da cidade.
As prioridades passam igualmente pelo apoio humanitário de emergência a todas as vítimas e pelas operações de limpeza e recuperação de infraestruturas danificadas.
Entre os locais mais afetados contam-se o Centro de Isolamento de Vera Cruz, onde estão três doentes considerados moderados e um doente considerado grave, e que tiveram de ser realojados no Hospital de Lahane, devido às inundações.
Registaram-se ainda inundações no Laboratório Nacional e no centro de isolamento de Tasi Tolu, bem como no Serviço Autónomo de Medicamentos e Equipamentos de Saúde (SAMES), a farmácia central timorense.
No caso das pessoas infetadas com covid-19 que estão em Tasi Tolu, as autoridades estão a tentar identificar outros locais onde possam ser alojadas.
nr/hn/lusa
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