“Assim, a população que representa 96% dos casos graves e mortes estaria protegida”, afirma Pedro Ribeiro (PS), numa mensagem.
Em declarações à Lusa, o autarca, também presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, afirmou que propôs às autoridades de saúde que, tendo em conta que existem vacinas disponíveis, elas sejam direcionadas já para os concelhos classificados como de risco, para serem aplicadas a este grupo populacional, seguindo um procedimento idêntico ao que foi adotado quando se priorizaram os lares.
“No nosso caso são ‘apenas’ 3.500 vacinas e, com o aumento da nossa capacidade no centro de vacinação, este era um processo que ficava tratado em quatro dias e não até final de maio como está previsto”, declarou.
Para o autarca, mais de um ano depois do início da pandemia, com todas as medidas de prevenção de contágio adotadas e com o processo de vacinação em curso, não faz sentido recorrer sistematicamente ao confinamento, com todos os efeitos que daí decorrem para a economia e a vida das pessoas.
“Números como os que tivemos em janeiro justificam que se tenha de confinar. Agora, é preciso perceber se se justifica na situação atual”, disse, salientando que nem sequer “há muita gente” nos concelhos classificados como em risco e que se viram hoje impedidos de avançar para a terceira fase de desconfinamento, tendo quatro deles recuado mesmo à primeira fase.
No distrito de Santarém, Almeirim está no grupo de concelhos com mais de 120 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias e Rio Maior ficou entre os quatro concelhos do país obrigados a recuar à primeira fase de desconfinamento e impedidos de circular para fora da sua área, por, quando a decisão foi tomada, apresentar mais de 240 casos por 100.000 habitantes.
Contudo, o presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias (PSD), disse à Lusa que tem hoje 27 casos ativos no concelho e 210 por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, o que o levou já a manifestar o seu descontentamento numa missiva endereçada ao primeiro-ministro, António Costa.
Pedro Ribeiro salienta na sua mensagem que todos conhecem as “regras impostas pelo Governo e pela saúde pública”, o que “não quer dizer” que todos concordem “ou que não possam sugerir alterações”.
“Foi isso que fiz”, declara, salientando que, “para além dos números totais”, é preciso “analisar a positividade, ou seja o número de positivos versus o número de testes” e “avaliar o risco, ou seja, o risco está dependente da possibilidade da população mais vulnerável ser infetada”.
“Assim já fiz uma proposta para que os concelhos em risco recebam, de uma vez, o número de vacinas necessárias para que a população com mais de 60 anos seja toda vacinada já”, acrescenta, sublinhando que, desta forma, esta população, que “representa 96% dos casos graves e mortes, estaria protegida”.
LUSA/HN
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