Autarca de Almeirim pede vacinação “já” acima dos 60 anos nos concelhos de risco

19 de Abril 2021

O presidente da Câmara de Almeirim, concelho que apresenta mais de 120 casos de Covid-19 por 100.000 habitantes em 14 dias, quer que sejam aplicadas já as vacinas a todos os munícipes com mais de 60 anos.

“Assim, a população que representa 96% dos casos graves e mortes estaria protegida”, afirma Pedro Ribeiro (PS), numa mensagem.

Em declarações à Lusa, o autarca, também presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, afirmou que propôs às autoridades de saúde que, tendo em conta que existem vacinas disponíveis, elas sejam direcionadas já para os concelhos classificados como de risco, para serem aplicadas a este grupo populacional, seguindo um procedimento idêntico ao que foi adotado quando se priorizaram os lares.

“No nosso caso são ‘apenas’ 3.500 vacinas e, com o aumento da nossa capacidade no centro de vacinação, este era um processo que ficava tratado em quatro dias e não até final de maio como está previsto”, declarou.

Para o autarca, mais de um ano depois do início da pandemia, com todas as medidas de prevenção de contágio adotadas e com o processo de vacinação em curso, não faz sentido recorrer sistematicamente ao confinamento, com todos os efeitos que daí decorrem para a economia e a vida das pessoas.

“Números como os que tivemos em janeiro justificam que se tenha de confinar. Agora, é preciso perceber se se justifica na situação atual”, disse, salientando que nem sequer “há muita gente” nos concelhos classificados como em risco e que se viram hoje impedidos de avançar para a terceira fase de desconfinamento, tendo quatro deles recuado mesmo à primeira fase.

No distrito de Santarém, Almeirim está no grupo de concelhos com mais de 120 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias e Rio Maior ficou entre os quatro concelhos do país obrigados a recuar à primeira fase de desconfinamento e impedidos de circular para fora da sua área, por, quando a decisão foi tomada, apresentar mais de 240 casos por 100.000 habitantes.

Contudo, o presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias (PSD), disse à Lusa que tem hoje 27 casos ativos no concelho e 210 por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, o que o levou já a manifestar o seu descontentamento numa missiva endereçada ao primeiro-ministro, António Costa.

Pedro Ribeiro salienta na sua mensagem que todos conhecem as “regras impostas pelo Governo e pela saúde pública”, o que “não quer dizer” que todos concordem “ou que não possam sugerir alterações”.

“Foi isso que fiz”, declara, salientando que, “para além dos números totais”, é preciso “analisar a positividade, ou seja o número de positivos versus o número de testes” e “avaliar o risco, ou seja, o risco está dependente da possibilidade da população mais vulnerável ser infetada”.

“Assim já fiz uma proposta para que os concelhos em risco recebam, de uma vez, o número de vacinas necessárias para que a população com mais de 60 anos seja toda vacinada já”, acrescenta, sublinhando que, desta forma, esta população, que “representa 96% dos casos graves e mortes, estaria protegida”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Cerca de 44 mil pessoas pessoas morreram em 2023 vítimas do VIH/sida em Moçambique

“Não queremos dizer que estamos satisfeitos com 44 mil mortes. Esses números preocupam-nos, principalmente os de pessoas que estão a morrer em resultado de não estarem a fazer tratamento e, se estão, não o fazem corretamente”, disse o secretário executivo do Conselho Nacional do Combate à Sida, Francisco Mbofana, em conferência de imprensa, antecipando o dia mundial da luta contra VIH/Sida, que se assinala anualmente em 01 de dezembro.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

Fundador da Joaquim Chaves Saúde morre aos 94 anos

O farmacêutico Joaquim Chaves, fundador da Joaquim Chaves Saúde, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o grupo, afirmando que foi “referência incontornável na área da saúde” em Portugal.

MAIS LIDAS

Share This