“Os números são indesmentíveis e a realidade é muito preocupante. O secretariado de ilha do PS de São Miguel relembra que esta ilha tem a mais baixa taxa de cobertura de vacinação dos Açores, uma situação completamente incompatível com o facto de, até ao dia 18 de Abril, a maior ilha açoriana contar com mais de 97% dos casos ativos de covid-19 nos Açores”, refere um comunicado divulgado pelos socialistas.
Hoje, a região conta com 361 casos positivos ativos, dos quais 348 estão concentrados em São Miguel, que se encontra em nível de Alto Risco de contágio.
No comunicado enviado às redações, o PS de São Miguel diz que “a abordagem à crise sanitária” na maior e mais populosa ilha açoriana “não pode continuar a assentar em medidas avulsas” e não compreende “a ausência da principal medida de combate à pandemia, que se traduz no aumento da vacinação em São Miguel”.
O PS de São Miguel aponta que, “ao todo, a ilha apenas tem pouco mais de 6% da população vacinada, a taxa mais baixa de todo o arquipélago”, acrescentando que “faltam mais de 87 mil micaelenses serem vacinados” para que possa “ser alcançada 70% da população, com vista a atingir o que a comunidade científica considera ser necessário para a desejada imunidade de grupo”.
“A ilha de São Miguel constitui um desafio acrescido em matéria de combate à pandemia e isto tem de ser assumido pelo Governo Regional, até porque o quadro de saúde pública que predominar em São Miguel vai repercutir-se nos mais variados setores de atividade por toda a região”, alertou Luís Furtado, membro do secretariado de ilha do PS de São Miguel, citado na nota de imprensa.
O PS de São Miguel diz ainda que “não se compadece com o anúncio de que o Governo Regional considera, pelos vistos, suficiente escrever cartas a pedir autorização para adquirir mais vacinas no estrangeiro”, não se importando o executivo se estas vacinas são “russas, chinesas, ou outras, numa clara e irresponsável desarticulação entre a tutela da saúde e a vice-presidência do governo” regional.
Os socialistas alertam que, “a cada dia que passa sem que se controle o quadro sanitário em São Miguel, intensificam-se as dificuldades vividas pelas pessoas, pelas famílias e pelas empresas, com escolas e as mais variadas estruturas de suporte e apoio encerradas”.
O PS de São Miguel alerta também para a situação no Hospital de Ponta Delgada, o maior da região, localizado em São Miguel, e que se encontra “sob pressão, e que nesta condição permanecerá até que o quadro sanitário seja aliviado” na ilha, afirmando que a unidade de saúde “continua a aguardar o prometido reforço de médicos e de enfermeiros prometido pelo atual governo” regional.
LUSA/HN
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