Estudos de vida real permitem analisar e avaliar a real efetividade dos tratamentos em grupos mais heterogéneos de doentes

30 de Abril 2021

A farmacêutica Takeda lançou mais um projeto que pretende consciencializar e sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a relevância de complementar os ensaios clínicos com resultados dos estudos de vida real no mieloma múltiplo.

Este projeto, que conta com o contributo de diversos profissionais de saúde especialistas nesta patologia, está disponível em www.mielomanavidareal.pt e permite que doentes e cuidadores tenham acesso a diversas informações sobre a patologia, podcasts, informações sobre associações de doentes, entre outras coisas, de acordo com o comunicado de imprensa.

Segundo o Dr. Sérgio Chacim, “é fundamental tentar perceber o que um fármaco, quando é introduzido na prática clínica, vai oferecer. Só se formos sistemáticos a recolher os dados de Vida Real e produzirmos esse conhecimento de uma forma contínua, é que vamos perceber de facto os resultados obtidos”.

Os ensaios clínicos são um tipo de pesquisa que estuda novos testes e tratamentos, avaliando os seus efeitos na saúde humana. Para além de serem cuidadosamente elaborados, os ensaios clínicos são revistos e necessitam de ser aprovados pelas autoridades reguladoras, sendo também altamente criteriosos na seleção de doentes, de centros de recrutamento, no acompanhamento médico e na monitorização da doença.

Após a publicação dos resultados dos ensaios clínicos e a aprovação das autoridades reguladoras, o medicamento fica acessível para utilização na indicação aprovada, tornando-se fundamental fazer o acompanhamento e a monitorização da sua efetividade.

A efetividade de um tratamento pode ser conhecida através de estudos com dados de vida real, que são realizados com dados de doentes reais e numa população mais heterogénea.

Na opinião do Dr. Fernando Leal da Costa, para potenciar a recolha de dados de vida real no futuro, a “solução passa por criar bases de dados de âmbito nacional que permitam a consulta por parte dos investigadores, de uma forma rápida e simples. É também fundamental que aqueles que estão envolvidos na prática clínica e de farmacoterapia insiram os registos de forma criteriosa. Além disso, seria também importante que exista, desde logo, um consentimento explícito e imediato por parte dos doentes para que os seus dados possam vir a ser utilizados para análises prospetivas ou alvo de revisão sempre que necessário”.

Segundo a Prof. Dr.ª Cristina João, “para garantir a recolha de dados em vida real, é necessário que todos os hospitais usem os mesmos sistemas informáticos, que obtenham o consentimento por parte dos doentes e que haja, acima de tudo, uma uniformização nacional no processo de recolha de dados”.

“Acredito mesmo que esta deveria ser uma meta do Ministério da Saúde”, acrescentou Cristina João.

PR/HN/Rita Antunes

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