Segundo o responsável da Proteção Civil no Alentejo, José Ribeiro, no Zmar foram realojadas cerca de 30 pessoas e na Pousada da Juventude em Almograve 21.
Todas as pessoas deste grupo, realojado durante a madrugada, estão negativas para o novo coronavírus, que provoca a Covid-19, acrescentou a fonte.
Segundo o jornal Expresso, o realojamento no Zmar foi feito com recurso a um “contingente musculado de homens armados e cães” da GNR, “para entrar de forma forçada no empreendimento”.
As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, estão em cerca sanitária desde a semana passada por causa da elevada incidência de Covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura na região.
Na sexta-feira, o Governo determinou “a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional” da “totalidade dos imóveis e dos direitos a eles inerentes” que compõem o complexo turístico ZMar Eco Experience, na freguesia de Longueira-Almograve (Odemira), para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu “isolamento profilático”.
O complexo Zmar ocupa 80 hectares na freguesia de Longueira-Almograve, integra serviços comuns, como piscina ou ‘spa’, e cerca de 260 casas individuais, das quais perto de 100 pertencem ao próprio empreendimento e as outras 160 são de privados.
Desde que foi determinada a requisição temporária do Zmar, para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu “isolamento profilático”, os proprietários destas casas têm protestado contra a decisão do Governo.
Na quarta-feira, o advogado que representa um grupo de proprietários revelou que interpôs em tribunal uma providência cautelar contra a fundamentação da requisição temporária do complexo turístico.
Segundo o advogado, entre os argumentos a contestar a fundamentação da requisição temporária do Zmar Eco Experience está o facto de, “no documento” do executivo, este “dizer que dialogou com os proprietários”.
“Disseram que conversaram connosco antes e que nunca chegaram a acordo. Isso é mentir, nunca falaram connosco”, argumentou.
O advogado defendeu também: o ”Zmar enquanto empresa não existe, portanto, a requisição civil é apontada ao Zmar mas, neste momento, não existe, o que existe é a massa insolvente do Zmar”, alegou.
“Por isso, a requisição civil vai dirigida a uma entidade que não existe e não se pode aplicar a nós”, acrescentou.
O espaço, devido à pandemia de Covid-19, entrou em insolvência e, na semana passada, foi aprovado no Tribunal de Odemira um plano de recuperação económica do projeto, prevendo a manutenção de 100 postos de trabalho, a reabertura no dia 28 deste mês e um investidor disponível.
No sábado, o representante dos 114 proprietários disse à Lusa que o plano estimava “um verão ‘cheio’ para [captar] uma receita capaz de recuperar” o complexo.
Mas, “a partir do momento em que a requisição civil é feita”, já não vai ser possível “cumprir esse plano”, até porque “o investidor já não vem”, disse o advogado, na altura.
Além de ter determinado a requisição temporária do Zmar para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu “isolamento profilático”, o Governo, num despacho publicado na segunda-feira à noite em Diário da República, mandou encerrar a atividade dos empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local nas freguesias de São Teotónio e Longueira – Almograve, onde estão localizadas pelo menos 275 empresas que se encontram impedidas de laborar pois muitos dos seus colaboradores vivem fora da área circunscrita à cerca sanitária.
LUSA/HN
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