Cientistas da UC desenvolvem “nanoesponja” para remover pesticidas da água

Cientistas da UC desenvolvem “nanoesponja” para remover pesticidas da água

A investigação, desenvolvida por uma equipa do Centro de Química de Coimbra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, pretende resolver a contaminação dos solos provocada pela utilização do inseticida imidacloprid.

Segundo um comunicado da UC, trata-se de um produto “altamente solúvel em água e persistente no solo, que pode facilmente contaminar o solo e os recursos hídricos próximos das áreas agrícolas alcançando organismos não-alvo, nomeadamente aves, abelhas, minhocas e mamíferos”.

“Para remover este pesticida de forma eficaz, foi utilizada uma nova abordagem de síntese e caracterização de novas estruturas moleculares complexas, formadas a partir da agregação de moléculas mais simples, que se unem cooperativamente através de ligações químicas fracas e que inclui estudos de remoção”, explicaram as investigadoras Gianluca Utzeri e Tânia Firmino Cova, coautoras do estudo.

De acordo com as cientistas, “esta abordagem é conjugada com a modelação e simulação molecular para resolver o problema da contaminação de água por pesticidas”.

“A combinação de estudos experimentais e computacionais permitiram explicar, ao nível molecular, o papel dos agentes de reticulação na eficiência de remoção de imidacloprid pelas nanoesponjas”.

Segundo as investigadoras, o método desenvolvido pode também “ser aplicado para capturar outros pesticidas e poluentes orgânicos da água e ainda contribuir para o controlo da poluição ambiental através de processos de remediação direcionados e controlados”.

LUSA/HN

Brasil confirma caso de “vaca louca” no estado do Pará

Brasil confirma caso de “vaca louca” no estado do Pará

“Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira “, lê-se, em comunicado divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil.

O animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local, indicou o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, acrescentando que já comunicou o caso à Organização Mundial de Saúde Animal (OMAS) e que as amostras foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá.

“Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne”, garantiu o ministro da pasta, Carlos Fávaro.

O Brasil, uma dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, tem no mercado chinês mais da metade das vendas de exportações neste segmento.

No total, o Brasil exportou o equivalente a 12,34 mil milhões de euros de carne bovina em 2022, um aumento de 42% em relação a 2021.

LUSA/HN

Bruxelas lança painel de controlo sobre segurança alimentar na UE

Bruxelas lança painel de controlo sobre segurança alimentar na UE

O painel de controlo, apresentado no âmbito da Conferência sobre as Perspetivas Agrícolas da UE, irá ainda “apresentar uma vasta gama de indicadores que afetam o abastecimento alimentar e a segurança alimentar na UE, tais como eventos meteorológicos e de seca, custos de frete e energia, desenvolvimento de doenças animais e possíveis restrições comerciais”.

O painel incluirá uma secção específica de monitorização mostrará dados sobre as taxas de autossuficiência das mercadorias agrícolas mais significativas, bem como quotas das importações da UE e dos Estados-membros referentes produtos de base e fertilizantes.

As taxas mensais de inflação alimentar na UE também serão exibidas no painel.

O lançamento deste painel era uma das ações previstas pelo executivo comunitário no âmbito da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, e o impacto que a guerra teve nos mercados agrícolas, nomeadamente pela subida dos preços dos combustíveis e as interrupções no comércio.

LUSA/HN

Prisão preventiva para 31 dos 35 arguidos suspeitos de tráfico de pessoas no Alentejo

Prisão preventiva para 31 dos 35 arguidos suspeitos de tráfico de pessoas no Alentejo

Segundo o despacho, a que Lusa teve acesso, o juiz Carlos Alexandre determinou a prisão preventiva para 31 arguidos, oito dos quais com possibilidade de ficar em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, caso o relatório da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais que vai avaliar as condições pessoais e sociais seja favorável.

O principal fundamento do juiz para a prisão preventiva é “o perigo de fuga”.

Os restantes quatro arguidos, todos portugueses, saem em liberdade com Termo Identidade e Residência (TIR), proibição de contactos e apresentações periódicas diárias às autoridades.

Os 35 arguidos, “fortemente indiciados” por associação criminosa, tráfico de pessoas, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, entre outros crimes, foram detidos na quarta-feira pela Polícia Judiciária.

A rede era formada por estrangeiros, nomeadamente famílias romenas, e alguns portugueses que lhes davam apoio.

Esta investigação da PJ começou há cerca de um ano e teve como foco a angariação por aquela rede criminosa de trabalhadores estrangeiros com a promessa de emprego e habitação dignos.

Pedro Proença, advogado de três arguidos, disse à Lusa que a procuradora do Ministério Público deu conta que a investigação ainda não terminou e que “nos próximos dias poderá haver mais detenções”.

LUSA/HN

Hospitalizado agricultor que estava em greve de fome junto da residência oficial do PM

Hospitalizado agricultor que estava em greve de fome junto da residência oficial do PM

Segundo a fonte do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), do qual faz parte o Hospital São José, Luís Dias encontrava-se hoje de manhã na sala de observação do serviço de urgências.

Na quinta-feira, o deputado único do Livre, Rui Tavares, questionou no parlamento o primeiro-ministro, António Costa, sobre Luís Dias, que estava há vários dias em greve de fome junto à residência oficial do chefe do Governo, em São Bento.

Em resposta, no debate sobre política geral no parlamento quanto à crise de alojamento de estudantes no país, o primeiro-ministro, António Costa, disse que tem mantido contacto com Luís Dias “várias vezes ao longo dos anos em que tem estado em manifestações”, no entanto, afirmou que o Governo “não tem nada a fazer para responder a essa situação”.

Perante o protesto de algumas bancadas, o primeiro-ministro respondeu: “O senhor não tem razão, não há nada a fazer, é muito simples”, disse.

O proprietário agrícola já tinha estado em greve de fome em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, um protesto que durou cerca de 30 dias e terminou a 06 de junho de 2021, após receber a visita de apoiantes e de falar com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na altura, o agricultor, de 49 anos, disse que se encontrava em greve “contra a indiferença destrutiva do Estado”, que alega ter prejudicado o seu projeto agrícola.

A história de Luís Dias, segundo relatou o jornal Público na altura, remonta a 2015, quando apresentou, junto da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), uma candidatura para ajudas financeiras para avançar com uma exploração de amoras na Quinta da Zebreira, em Castelo Branco.

A candidatura viria a ser recusada por, segundo o DRAPC, não existirem garantias bancárias.

O agricultor viria a recorrer ao Tribunal de Contas Europeu, que lhe deu razão, afirmando que as garantias bancárias não lhe podiam ser exigidas.

Em 2017, após o mau tempo ter destruído a sua exploração, voltou a pedir ajuda à DRAPC e verbas para compensar os prejuízos pela intempérie, mas o apoio voltou a ser recusado.

Dois anos depois, Luís Dias recorreu à provedora de Justiça e, nessa altura, o Ministério da Agricultura considerou, num despacho, que a Quinta da Zebreira poderia ter acesso a verbas do Estado, mas nunca efetuou qualquer pagamento.

Em janeiro deste ano, Luís Dias anunciou que iria voltar a fazer greve de fome, acusando o Governo de “extrema má-fé”, após ter sido recebido pelo Ministério da Agricultura.

“O boicote e a prepotência reiterada do Estado tiraram-me tudo. A única coisa que me resta, para além da razão que o Estado reconhece, mas não repara, é a minha dignidade. Não vou ceder. […] Se quiser discutir isto comigo e por fim repor a justiça que está inteiramente nas suas mãos, estarei acampado em greve de fome à porta da sua residência, a partir da próxima sexta-feira”, afirmava numa carta aberta, enviada na altura ao primeiro-ministro, à qual a Lusa teve acesso.

LUSA/HN