Em nota publicada no seu sítio oficial na Internet, o IPVC explica que o ‘bug’ foi detetado durante a investigação realizada por Henrique Faria, no âmbito da sua tese de mestrado de Cibersegurança.
“Na prática, a vulnerabilidade detetada, agora identificada como ‘advertising overflow’, permite que um atacante interrompa a transmissão Bluetooth do GAEN (Google/Apple Exposure Notification) com uma aplicação maliciosa instalada no mesmo dispositivo”.
Este ataque, explicam os responsáveis pela investigação, “compromete o comportamento de rastreamento esperado nesta ‘app’, não permitindo a transmissão de dados”.
“Num cenário real, este ataque pode, dependendo de quão disseminado está entre os dispositivos, efetivamente parar ou reduzir drasticamente o rastreamento e a eficiência do GAEN porque nenhum desses dados serão transmitidos”, adianta o IPVC.
Ou seja, acrescenta a nota, “qualquer utilizador confirmado como infetado e que envie os seus dados para que outros utilizadores possam verificar se foram expostos, não acionará nenhum aviso de exposição. A implementação deste ataque num SDK que seja usado por muitas aplicações pode comprometer a eficácia do sistema de rastreamento de contactos em vários países”, sustentam.
A falha “foi reportada e depois reconhecida pela Google, e mereceu a colocação do aluno e dos dois docentes orientadores – Pedro Pinto e Sara Paiva, no Quadro de Menções Honrosas” da empresa multinacional de serviços ‘online’ e ‘software’ dos Estados Unidos da América.
Esta falha “foi reportada à Google no programa de recompensa de vulnerabilidades (Google Vulnerability Reward Program), sendo que a análise da empresa confirmou a existência desta vulnerabilidade”.
A Google e a Apple “desenvolveram o sistema ‘Exposure Notifications’ para permitir rastrear contactos entre utilizadores e a possibilidade de infeção com o vírus Covid-19”.
Aplicações como a ‘Stayaway Covid’ “recorrem ao GAEN para, através do Bluetooth, trocarem identificadores anónimos que mais tarde serão utilizados para verificar a possibilidade de infeção. Caso isso se verifique, o utilizador recebe uma notificação no seu dispositivo a informar que esteve exposto a alguém infetado”.
Lançada em setembro de 2020, a aplicação móvel permite rastrear de forma rápida e anónima, através da proximidade física entre ‘smartphones’, as redes de contágio por Covid-19, informando os utilizadores que estiveram, nos últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo coronavírus.
Com cerca de cinco mil alunos, o IPVC tem seis escolas – de Educação, Tecnologia e Gestão, Agrária, Enfermagem, Ciências Empresariais, Desporto e Lazer -, ministrando 28 licenciaturas, 40 mestrados, 34 Cursos de Técnicos Superiores Profissionais (CTESP) e outras formações de caráter profissionalizante.
Além das escolas superiores de saúde, educação e tecnologia e gestão, situadas em Viana do Castelo, o IPVC tem escolas superiores instaladas em Ponte de Lima (Agrária), Valença (Ciências Empresariais) e Melgaço (Desporto e Lazer).
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.294.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 158,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.993 pessoas dos 839.740 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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