Após várias horas de interrogatório foram ordenadas as detenções de Luigi Nerini, 56 anos, proprietário da empresa “Ferrovie del Mottarone” que gere o teleférico, assim como do diretor e chefe de operações, acusados de “homicídio múltiplo com dolo, desastre por negligência e eliminação de ferramentas”, noticiam hoje meios de comunicação italianos.
A procuradora da cidade de Verbania, Olimpia Bossi, que conduz as investigações, disse à saída do quartel onde se realizaram os interrogatórios que os “três detidos tinham conhecimento das falhas nos travões de segurança durante várias semanas”.
Desde as primeiras inspeções que o sistema de travagem parecia alterado porque tinha sido mudada uma peça de um dos travões de emergência o que provocava o bloqueio contínuo do teleférico, um meio de transporte de pessoas que funciona por cabos.
Por isso, no domingo passado, quando o cabo de aço da cabina acidentada se rompeu, o sistema de travagem não funcionou.
Bossi explicou que a forquilha que mantém a distância entre as placas de travagem e que deve bloquear o cabo de suporte – em caso de rotura – não tinha sido retirada para “evitar interrupções e bloqueios no teleférico”.
“O sistema apresentava anomalias e precisava de uma intervenção mais profunda o que obrigava a uma paragem prolongada da atividade do teleférico. Por isso decidiram não fazer a reparação”, disse ainda a procuradora.
Marco Gabusi, conselheiro para o setor dos transportes da região de Piamonte, norte de Itália, reconstruiu o acidente explicando que existem dois sistemas de travagem em caso de rutura do cabo e que nenhum funcionou.
A cabina onde seguiam os passageiros e que estava a uma distância de cinco metros da estação de chegada acabou por deslizar, a uma velocidade de 100 quilómetros por hora, e depois foi projetada 54 metros indo embater contra o solo onde capotou durante mais de uma dezena de metros.
O único sobrevivente do acidente é uma criança de cinco anos que perdeu os pais, um irmão e dois bisavôs.
A criança continua hospitalizada em estado considerado crítico.
LUSA/HN
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