Cooperação com Indo-Pacífico “mais necessária do que nunca”

27 de Maio 2021

A União Europeia (UE) e o Japão salientaram esta quinta-feira que a cooperação entre o bloco comunitário e a região do Indo-Pacífico “é mais necessária do que nunca”, para o combate à pandemia e o reforço da segurança.

“Hoje, a pandemia de Covid-19, os impactos crescentes das alterações climáticas e os novos desafios de segurança no Indo-Pacífico e no mundo inteiro tornam a nossa cooperação mais necessária do que nunca”, refere uma declaração conjunta assinada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pelo primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga.

Depois de reunidos hoje por videoconferência na 27ª Cimeira UE-Japão, os responsáveis comprometem-se na declaração a “unir forças para derrotar a pandemia de Covid-19 e construir economias mais resistentes, inclusivas, verdes e digitais”.

Assumem também a determinação de “facilitar o comércio entre as duas partes, intensificar o trabalho conjunto sobre conectividade e cooperação para o desenvolvimento e aumentar a investigação, inovação e cooperação industrial”.

Outro dos compromissos é relativo ao aprofundamento da “colaboração na promoção da paz e segurança internacionais, democracia, direitos humanos, igualdade de género e o Estado de direito”.

Falando em conferência de imprensa em Bruxelas, Charles Michel classificou o Japão como “um aliado chave para os valores do multilateralismo e democracia”.

Aludindo a uma das prioridades da atual presidência portuguesa da UE, o responsável assinalou também que o bloco comunitário “decidiu reforçar o seu enfoque estratégico na região do Indo-Pacífico”.

“Temos um forte interesse em intensificar com o Japão, a nossa cooperação em matéria de cooperação tecnológica de segurança marítima, cibersegurança, contra a desinformação e em promover valores e princípios fundamentais na região”, salientou Charles Michel.

Além disso, “numa altura em que os direitos humanos e a democracia são atacados em todo o mundo, a UE e o Japão precisam de coordenar as suas ações”, pelo que foram discutidos “assuntos regionais como a situação no […] Mianmar, Ucrânia, Rússia ou China”, adiantou.

Portugal estabeleceu como uma das suas prioridades para a presidência rotativa da UE a diversificação das relações com os parceiros do Indo-Pacífico.

O Conselho da UE, presidido por Portugal, adotou em meados de abril conclusões sobre a estratégia para a cooperação com a região do Indo-Pacífico, defendendo estabilidade e um ambiente “aberto e justo” para o comércio e investimento.

Na nota divulgada na altura, a estrutura em que estão representados os Estados-membros defendeu “uma ordem internacional baseada em regras e em igualdade de condições, bem como um ambiente aberto e justo para o comércio e o investimento e reciprocidade”.

Para tal, “continua a ser crucial a existência de rotas de abastecimento marítimo livres e abertas, em plena conformidade com o direito internacional”, de acordo com o Conselho da UE.

Até setembro próximo, o alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, e a Comissão Europeia têm de apresentar uma comunicação conjunta sobre a cooperação com o Indo-Pacífico.

Também falando hoje aos jornalistas, Ursula von der Leyen apontou que “o Japão é um parceiro com o mesmo espírito UE” e, apesar dos “bons progressos na parceria, há ainda muito a fazer”.

No que toca ao acordo de parceria económica, “é preciso implementá-lo plenamente”, salientou a líder do executivo comunitário.

Já relativamente à Covid-19, Ursula von der Leyen assegurou que os dois blocos “continuarão a apoiar os esforços para combater a pandemia, incluindo através da exportação de vacinas”.

LUSA/HN

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