No seu discurso no 27.º Fórum Internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), dedicado à América Latina e Caraíbas, Duque explicou que uma das vontades do seu Governo é que “países amigos e aliados com excedentes” de vacinas possam “emprestar” algumas, que seriam devolvidas quando as encomendas feitas chegassem a estas nações.
“É importante que a OCDE também possa usar a sua capacidade de ligar as partes para encontrar soluções”, defendeu o Presidente colombiano.
Iván Duque sublinhou que “é urgente” encontrar soluções para a situação gerada porque “os países mais desenvolvidos compraram quatro, cinco ou seis vezes a dimensão da sua população em vacinas” enquanto “mais de 70 países não aplicaram ainda as primeiras doses”.
“Todos os países tiveram de competir por zaragatoas, depois por reagentes. Tivemos de competir por ventiladores e agora também competir por vacinas”, lamentou o Presidente da Colômbia, que atribuiu estes problemas a um fracasso do sistema multilateral.
Assim, Duque defendeu uma solução política mais ágil, argumentando que “a pandemia não acabou” e que é urgente apostar “na vacinação em massa”, alertando ainda para os riscos de profunda crise económica que decorrerá de mais atrasos no combate à crise sanitária.
O Presidente da Colômbia também pediu à OCDE para ter uma voz “clara” em defesa da ideia de que “os países não podem continuar a ser avaliados por agências de classificação de risco com critérios pré-pandémicos”.
“Precisamos que todos os organismos multilaterais tenham consciência de que os mercados emergentes podem sofrer muito com uma eventual elevação das taxas de juros nos Estados Unidos”, alertou Duque, avisando que nos próximos anos haverá uma “competição feroz” para obter financiamentos por endividamentos.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.500.321 mortos no mundo, resultantes de mais de 168,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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