Estratégia de vacinação será agora mais virada para “libertar a economia”

28 de Maio 2021

O coordenador da ‘task force’ afirmou esta sexta-feira que, a partir de agora, a estratégia de vacinação contra a Covid-19 será mais virada para “libertar a economia”, uma vez que a missão de proteger os mais idosos está “praticamente terminada”.

“A estratégia, a partir de agora, vai ser uma estratégia mais virada para libertar a economia, porque a estratégia que tinha a ver com a proteção das pessoas mais idosas e a resiliência já está praticamente terminada e, portanto, conseguida”, disse Henrique Gouveia e Melo na reunião no Infarmed, que reuniu esta manhã especialistas, o Presidente da República e membros do Governo.

O coordenador da ‘task force’ do plano de vacinação contra a Covid-19 explicou que esta estratégia procura dar “consistência no país inteiro”.

“O facto de termos começado a procurar as pessoas mais idosas para as vacinar fez com que regiões com distribuições diferentes da sua estrutura etária fossem mais avançadas por regiões”, explicou.

Agora, sustentou, o que se procura fazer, “é ter um país à mesma velocidade em termos percentuais da população de cada região”, uma vez que a preocupação já não é só as faixas etárias mais elevadas, mas a percentagem da população vacinada para se atingir a imunidade de grupo.

“Portanto, puxando pelo Norte, pela Região LVT [Lisboa e Vale do Tejo] pelos Açores e pelo Algarve”, vincou.

Henrique Gouveia e Melo disse ainda ter “dois tipos de preocupações”.

Uma delas é “manter o ritmo de vacinação elevado para poder libertar mais rapidamente a economia a partir de agora, uma vez que a resiliência, por um lado, e, por outro lado mais importante, salvar vidas já está fortemente garantido”.

A outra prende-se com “o ritmo de vacinas que chegam a território nacional” e com a utilização dessas vacinas por “critérios muito restritivos”.

“Além disso, tenho outras preocupações que já não são preocupações macro, são preocupações micro no processo, mas são preocupações importantes”, declarou.

O coordenador explicou que essas preocupações se prendem com a qualidade do processo em termos de conseguir ir a nichos de população, enquanto simultaneamente está a haver “um ritmo muito elevado de vacinação”.

“Preocupa-me algumas bolsas de idosos que neste processo vão ficando para trás e para isso criamos metodologias que chamamos o carro vassoura”, um processo eletrónico para os encontrar.

Os acamados são outra preocupação para Gouveia e Melo: “Na altura não sabíamos quantos eram, mas hoje temos uma dimensão de cerca de 60 mil pessoas acamadas e a pessoa que trata ou que está mais próximo desse acamado.

Neste momento, já foi vacinado cerca de metade deste universo, mas “é um processo lento, moroso, fino”.

As doenças graves que estão a ser tratadas, ou através dos hospitais ou através de agendamentos na agenda global, são outra das preocupações da ‘task force’.

“Também me preocupa as comunidades isoladas geograficamente, em que nessa geografia os cuidados de saúde são ainda elementares, não tendo nem hospitais, nem outros cuidados de saúde como, por exemplo, as regiões ultraperiféricas”, salientou.

Segundo dados divulgados por Gouveia e Melo, já foram administradas até quarta-feira em Portugal continental 5,2 milhões de vacinas, das quais 1,8 milhões já são segundas doses com a composição das vacinas da Pfizer, da Moderna, da AstraZeneca e da Johnson & Johnson.

LUSA/HN

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