O apelo comum, publicado hoje no diário norte-americano Washington Post e subscrito pelos líderes da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, alerta que as desigualdades facilitam o aparecimento de variantes do coronavírus, que por sua vez provocam novas vagas da pandemia nos países em desenvolvimento.
Segundo os especialistas, as desigualdades vacinais entre países ricos e pobres complicam e prolongam a pandemia, que já matou mais de 3,5 milhões de pessoas no mundo.
“É já abundantemente claro que não haverá uma recuperação vasta da pandemia de covid-19 sem que se ponha fim à crise sanitária. O acesso à vacinação é a chave para ambos”, escrevem os quatro responsáveis.
“Acabar com a pandemia é possível – e requer uma ação global agora”, sublinham a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o presidente do Banco Mundial, David Malpas, e a diretora geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.
Nas vésperas da cimeira do G7, que decorre no Reino Unido este mês, os quatro responsáveis pedem aos líderes mundiais que acordem “uma estratégia mais bem coordenada, apoiada em novos financiamentos, para vacinar o planeta”, e que aceitem investir 50 mil milhões de dólares num plano anti-pandemia já apresentado pelo FMI.
A OMS, que em março classificou como “grotesca” a desigualdade vacinal, apelou no mês passado aos países que têm abundância de vacinas para que forneçam doses aos países menos equipados antes de começarem a vacinar crianças e adolescentes nos seus territórios.
O sistema Covax, apoiado pela ONU, foi criado para facilitar a partilha de vacinas com os países pobres, mas os países ricos assinaram contratos com as farmacêuticas e ficaram com a maioria das vacinas disponíveis.
Os países membros do G7 (EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, Alemanha, França e Itália), reunidos em Londres no mês passado, comprometeram-se a apoiar o sistema Covax, mas não anunciaram novos financiamentos, apesar dos apelos para que ajudem os países pobres.
LUSA/HN
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