“É apenas uma gota no oceano. [Mil milhões de doses] nem sequer chegam para cobrir a população total da Índia, para não falar da população mundial”, referiu a secretária-geral da organização de defesa e promoção dos direitos humanos, Agnès Callamard, num comunicado em que a linguagem é bastante dura.
“Nem sequer de perto [é suficiente para as necessidades globais] nem tão pouco vai à raiz dos problemas. Não só não é ambicioso, como cheira a interesses próprios, sobretudo quando se considera os dados que sugerem que os países do G7 irão ter um excedente de 3.000 milhões de doses até ao final do ano”, acrescentou.
A secretária-geral da Amnistia Internacional, por outro lado, acusa os dirigentes das economias mais desenvolvidas de “optar por semi-medidas irrisórias e gestos insuficientes”, em vez de “enfrentar as obrigações internacionais isentando vacinas, testes e tratamentos de patentes e compartilhando tecnologia vital”.
Por tudo isso, Agnès Callamard pede aos dirigentes que “saiam do bolso das grandes farmacêuticas” e obtenham a isenção da patente para garantir que a capacidade e a tecnologia de produção de vacinas seja transferida para todos os fabricantes do mundo.
Os especialistas estimam em cerca de 11.000 milhões de doses a quantidade necessária para enfrentar a pandemia em todo o mundo.
Por seu lado, as organizações não-governamentais calcularam que, ao ritmo atual, os países pobres não receberão injeções suficientes até 2078 para vacinar as respetivas populações.
A pandemia de provocou, pelo menos, 3.775.362 mortos no mundo, resultantes de mais de 174,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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