Esta ajuda marcará o início dos muitos milhares de quilómetros que a associação ‘Bikers Without Frontiers’ está disponível a percorrer, de mota, para chamar a atenção das pessoas para o território africano e as dificuldades que este atravessa.
A primeira paragem será o Hospital Geral do Marrere, onde o projeto nasceu, após Paulo Almeida, um dos fundadores da associação, ter visitado esta instituição, 50 anos após ali ter nascido.
Da visita e da conversa com o diretor deste hospital nasceu a vontade de fazer a diferença e de ajudar na angariação dos mais elementares bens de que a instituição necessita.
“Eles não têm colchões, monitores cardíacos, lençóis, secretárias. Não têm um esgoto em condições, as paredes pintadas”, disse à agência Lusa Rafael Paulino, outro fundador do movimento.
Impressionados com a carência, que mobilizou também o fotojornalista Carlos Martins, os três ‘motards’ iniciaram a constituição da associação e elaboraram, com a ajuda do diretor do hospital, uma lista de bens prioritários, os quais contam reunir até à data da viagem, que irão fazer em outubro.
Esta viagem de moto, que arranca a 30 de outubro, deverá chegar a Nampula um mês depois e, durante o tempo que durar, servirá também para a realização de reportagens, através das quais a associação pretende divulgar situações que o continente atravessa, como a forma como está a ser “negligenciado” no acesso às vacinas contra a Covid-19.
O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse recentemente que menos de 2% da população está vacinada em África.
Os ‘motards’ pretendem chegar a Moçambique ao mesmo tempo que o contentor com os bens doados e fazer a entrega que, não indo resolver todas as carências, poderá “ajudar a fazer a diferença”, segundo disse à Lusa Rafael Paulino.
Entre a ajuda que está a ser recolhida – e que deverá totalizar 50.000 euros, incluindo já o contentor e a viagem – consta material para recuperação de paredes e esgoto, tintas, equipamento hospitalar, como camas, cadeiras, biombos, secretárias, monitores cardíacos, e consumíveis hospitalares: máscaras, batas, sapatos, termómetros.
Segundo Rafael Paulino, a resposta das empresas e particulares está a ser positiva.
LUSA/HN
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