“Estou realmente confiante na capacidade da economia portuguesa de recuperar”, disse Paschal Donohoe numa conferência de imprensa após uma reunião do Conselho de Governadores do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), no Luxemburgo, quando questionado sobre se Portugal não poderá enfrentar momentos particularmente difíceis quando a política monetária se tornar menos expansionista e as regras de disciplina orçamental forem de novo acionadas, face ao eu elevado nível de dívida pública.
O ministro irlandês, que sucedeu a Mário Centeno na presidência do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, considerou que “a consequência dessa recuperação”, na qual deposita muita confiança, “será uma melhoria natural das finanças públicas” do país, e apontou então a importância que terão os apoios do fundo de recuperação, de que o país beneficiará através do seu PRR, aprovado na quarta-feira pela Comissão Europeia.
“O ministro [João] Leão e o primeiro-ministro [António] Costa montaram, acredito, um plano de recuperação muito, muito forte, que surge precisamente na altura em que a economia portuguesa e a irlandesa vão precisar de nós ao longo do próximo ano”, disse Donohoe, estabelecendo um paralelo entre os dois países.
Segundo o ministro irlandês, as economias portuguesa e irlandesa “têm em comum a necessidade, que todos têm, de apoio adicional e investimento adicional”, numa altura em que se vira a página sobre “o período mais crítico da crise de saúde pública”.
“Por isso, eu e os meus colegas estamos bastante confiantes na capacidade da economia portuguesa em recuperar, e acreditamos, como disse, que o plano de recuperação dará um forte contributo nesse sentido, o que por si só operará o tipo de mudança nas finanças públicas que ajudará a fazer face a outros desafios que Portugal e muitos outros países enfrentam atualmente”, concluiu.
O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal – no montante global de 16,6 mil milhões de euros, dos quais 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido -, foi aprovado na quarta-feira pela Comissão, devendo receber a ‘luz verde’ do Conselho em 13 de julho, o que permitirá o desembolso das primeiras verbas para ajudar à recuperação pós-covid-19.
LUSA/HN
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