Nova associação quer quebrar tabus associados à incontinência e disfunções do pavimento pélvico

21 de Junho 2021

Associação Nacional de Continência e Disfunção Pélvica (ANCDP) é o nome dado à nova organização de doentes que visa fomentar o debate público e os tabus associados a estas doenças.  A associação é lançada a propósito da Semana Mundial da Continência, que se assinala entre os dias 21 e 25 de junho.

De acordo com José Assunção Gonçalves, Presidente da Direção da ANCDP, “a incontinência é uma situação absolutamente devastadora, sofrida em silêncio, pela enorme vergonha e humilhação de quem sofre. Pode afetar completamente a qualidade e o estilo de vida e condicionar repetidas faltas ao trabalho e a todos os outros compromissos pessoais, familiares e sociais.”

O cirurgião geral no Grupo Luz Saúde destaca que estas doenças podem “comprometer em definitivo um emprego ou uma carreira profissional, destruir a vida íntima e conjugal, levar ao isolamento e a problemas psicológicos gravíssimos. É mais frequente do que se pensa, e, tendo em conta o aumento da esperança média de vida, é uma doença cuja incidência e prevalência tenderão a aumentar nas próximas décadas”.

Neste sentido a associação tem como principal objetivo criar visibilidade para os problemas associados à perda de continência e disfunção do pavimento pélvico, promovendo a melhoria da qualidade de vida.

Do ponto de vista de Ricardo Pereira e Silva, urologista no Hospital de Santa Maria, “apesar de as incontinências serem um verdadeiro problema de saúde pública com gravíssimo impacto na qualidade de vida e dignidade das pessoas afetadas, existe ainda muita dificuldade em falar sobre o assunto e procurar ajuda médica.”

“Uma associação de doentes deverá constituir um fórum de discussão, possibilitar um melhor conhecimento e divulgação do problema, permitindo que mais doentes sejam adequadamente tratados”, acrescenta o especialista.

Para isso, a ANCDP, que conta ainda com a colaboração dos médicos Ana Povo, cirurgiã no Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto, e Paulo Temido, urologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, trabalha diretamente com doentes/cidadãos, profissionais de saúde, indústria, escolas e legisladores, promovendo a informação, consciencialização e capacitação dos doentes, familiares, cuidadores e sociedade civil em relação a estas doenças e ao seu impacto.

Entre outras ações, esta nova associação pretende também realizar um trabalho colaborativo com outras organizações de forma a aumentar o impacto das iniciativas realizadas, apoiando mudanças que poderão ser relevantes a nível mundial.

PR/HN/Vaishaly Camões

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