Estudo diz que mais de dois milhões de britânicos podem ter sofrido sintomas prolongados

25 de Junho 2021

Mais de dois milhões de britânicos podem ter sofrido sintomas prolongados de Covid-19, de acordo com um estudo do Imperial College que questionou cerca de meio milhão de ingleses, adiantou a BBC.

Cerca de um terço dos inquiridos no estudo ‘React’ que tiveram sintomas de Covid-19 tiveram pelo menos um dos sintomas por pelo menos 12 semanas.

Os investigadores admitem que lidar com as consequências a longo prazo da Covid-19 é um “enorme desafio” e o Governo britânico já destinou 50 milhões de libras (mais de 58 milhões de euros) para a investigação aos sintomas prolongados de Covid-19.

A Covid-19 prolongada é um uma consequência em crescimento e ainda não completamente compreendida, abrangendo um vasto conjunto de sintomas, entre os quais fadiga, tosse, dores no peito, dores de cabeça e dores musculares.

O estudo, que decorreu entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, uma amostra aleatória de pessoas foi questionada sobre se teve Covid-19 e sobre quanto tempo duraram os sintomas, numa lista de 29.

Cerca de 37% das pessoas que disseram ter tido Covid-19 disseram também que um dos sintomas durou pelo menos 12 semanas; 15% disseram que tiveram três ou mais sintomas durante pelo menos 12 semanas.

Problemas a longo prazo foram mais frequentemente reportados por mulheres, sobretudo mais velhas e características como excesso de peso, ser fumador, ter baixos rendimentos, ter uma doença crónica e ter sido hospitalizado foram associadas a uma maior probabilidade de ter sintomas prolongados.

Cansaço foi referido como um dos sintomas mais comuns e entre as pessoas que desenvolveram a doença numa forma grave a falta de ar é um sintoma prolongando dominante.

Os investigadores admitem não ter comparado os dados com os respeitantes a pessoas que não tenham tido covid-19, sendo que estes sintomas podem ser associados a outras doenças e admitem também que são necessários mais estudos sobre a matéria.

Apesar das limitações, o professor Paul Elliott, diretor do programa React do Imperial College de Londres, disse à BBC que os resultados revelam um quadro preocupante sobre as consequências a longo prazo na saúde da infeção pelo novo coronavírus.

“A Covid-19 prolongada é ainda pouco compreendida, mas esperamos que através da nossa investigação possamos contribuir para uma melhor identificação e gestão desta condição, que os nossos dados sugerem poder afetar só no Reino Unido milhões de pessoas”, acrescentou.

Outro estudo, da University College London e da King’s College London, demonstrou que uma em cada seis pessoas de meia-idade que disseram ter tido Covid-19 reportaram sintomas de longa duração.

A proporção cai para uma pessoa em cada 13 se o universo em análise for o dos jovens adultos.

O Serviço Nacional de Saúde britânico abriu mais de 80 serviços de avaliação para esta condição em toda a Inglaterra.

LUSA/HN

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