Este novo apelo do Presidente russo, que foi vacinado longe das câmaras, surge perante uma lenta campanha de imunização no país num contexto de desconfiança pública.
A Rússia registou nas últimas 24 horas um recorde de mortes ligadas à Covid-19, pelo segundo dia consecutivo, com 669 óbitos. O número de novos casos ascendeu a 21.042.
A capital, Moscovo, e a segunda cidade do país, São Petersburgo, são particularmente atingidas.
Falando durante a sua emissão televisiva anual de perguntas e respostas, Putin reconheceu que “sempre houve pessoas que, de um modo geral, consideram que não se deve tomar vacinas” e que “essas pessoas são numerosas” no país e no estrangeiro.
“Não se deve dar ouvidos a pessoas que não entendem dessas coisas, confiar em boatos, mas em especialistas”, adiantou, incentivando os russos a serem vacinados e contando a sua própria experiência e a da sua filha.
“A propagação da pandemia só pode ser evitada pela vacinação”, insistiu Putin.
Declarou-se, no entanto, oposto à vacinação obrigatória da população, embora sublinhando que, para evitar um confinamento rigoroso, “algumas regiões estão a introduzir a vacinação obrigatória para determinadas categorias de cidadãos”, como em Moscovo e São Petersburgo para os funcionários do setor dos serviços.
Putin indicou pela primeira vez que quando foi vacinado em março recebeu a Sputnik V, o soro russo para o qual o país assinou contratos para fornecer milhões de doses em todo o mundo.
Considerou igualmente que as diversas vacinas russas eram melhores que as da AstraZeneca e da Pfizer, que, segundo ele, tiveram consequências “trágicas”.
A Rússia é o país mais enlutado pela Covid-19 com 134.545 mortos, segundo os dados do Governo, e 270.000, de acordo com a agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla.
Há várias semanas que o país regista uma nova vaga devido à variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, mais contagiosa e que preocupa o mundo inteiro.
Em 146 milhões de habitantes, apenas 23 milhões de russos receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19.
LUSA/HN
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