Três em quatro bombeiros têm a vacinação completa

1 de Julho 2021

Três em quatro bombeiros têm a vacinação completa contra a Covid-19, anunciou esta quinta-feira a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que readaptou este ano os planos e orientações operacionais para minimizar o risco de contágio.

Em entrevista à agência Lusa, o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, fez um balanço dos bombeiros vacinados contra a Covid-19.

“Neste momento daquilo que é o universo de elementos inscritos para a vacinação [23.812], 83% têm a primeira dose e 76% têm já a segunda dose, a vacinação completa. Temos aqui um espetro já bastante elevado de bombeiros com a segunda dose de vacinação contra a Covid-19”, precisou.

André Fernandes adiantou que o ANEPC fez em 2020 um plano com medidas e instruções para prevenir o contágio entre os profissionais envolvidos no combate aos incêndios e nas operações de socorro, mas este ano foi “readaptado a esta nova realidade da vacinação”.

O comandante nacional explicou que a ANEPC e os corpos dos bombeiros têm desde o ano passado planos de contingência que visam “minimizar a infeção por Covid-19 dos seus operacionais”, tendo sido também “emanadas instruções operacionais específicas para os diferentes teatros de operações”.

Segundo o responsável, estas instruções foram direcionadas não só para incêndios rurais, mas também para as diferentes operações de socorro que os bombeiros estão envolvidos.

“Fizemos essa instrução já o ano passado, que agora foi reformulada face às novas regras. Isto é evolutivo, nada é estanque e mantemos essa instrução operacional que permite exatamente, quer seja o transporte, a operação, como é que são organizados os espaços para as refeições, áreas de descanso por aí fora. Foram implementadas todas as medidas de acordo com as orientações emanadas pela Direção-Geral da Saúde”, sustentou.

O comandante disse também que a ANEPC tem um outro “plano vocacionado para a continuidade do negócio” e que pretende evitar a interrupção do socorro numa corporação de bombeiros.

“Imagine que alguma área, algum município, algum corpo bombeiros que fica afetada a 100%, o que nunca aconteceu até agora na sua totalidade. Nós conseguimos alocar recursos a essa área geográfica e garantimos que o socorro exista, que seja feito por uma outra corporação, ou por um grupo ou por uma equipa que seja lá colocada”, afirmou.

O comandante nacional garantiu que a ANEPC não tem conhecimento de operacionais que tenham sido infetados em teatros de operações, como incêndios, à exceção dos elementos que estão diretamente envolvidos na emergência pré-hospitalar ou transporte de doentes para os hospitais.

Segundo André Fernandes, a Proteção Civil tem uma base diária que monitoriza os corpos bombeiros do ponto de vista operacional e dos seus efetivos, sendo diariamente feita uma recolha de dados do número de casos.

“Temos 366 corpos bombeiros que estão a 100%, não há infeção por Covid nestes corpos bombeiros, e temos 68 corpos de bombeiros que têm uma afetação entre 75% e 100% (…) Portanto mantemos uma situação normal da operação por parte dos bombeiros em relação à infeção por Covid”, disse.

O comandante nacional frisou que a ANEPC faz essa análise diária e, caso seja necessário reforçar alguma área geográfica de um corpo de bombeiros, tal está previsto no plano de operações para a Covid-19.

Pelo segundo ano consecutivo, a ANEPC tem o grande desafio de conciliar a época mais crítica em fogos com a resposta à pandemia de Covid-19.

“Temos este desafio desde a primeira hora. Boa parte daquilo do apoio à emergência pré-hospitalar ou ao transporte de doentes por infeção Covid-19 ou suspeito e as transferências hospitalares tem sido feito pelos bombeiros”, disse.

André Fernandes sublinhou que os bombeiros estiveram e estão “na linha da frente” do apoio à Covid-19 e “não deixaram de fazer” as suas restantes missões de socorro à população.

“Enquanto vivermos num contexto de pandemia, os corpos de bombeiros estão preparados para dar esse apoio, como o fizeram no pior período da pandemia em Portugal”, concluiu.

LUSA/HN

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