“O número de mortes aumentou acentuadamente ao longo das últimas cinco semanas, o que é um claro sinal de aviso de que os hospitais dos países mais afetados estão a atingir o ponto de rotura”, disse Matshisido Moeti durante uma conferência de imprensa realizada em formato virtual a partir de Brazaville, na qual deu conta de um aumento de 43% no número de mortes durante a última semana face à anterior.
O número de mortes aumentou para 6.273 na semana entre 5 e 11 de julho, o que compara com as 4.384 mortes na semana anterior, de acordo com a diretora regional para África da OMS.
“A primeira ordem de trabalhos para os países africanos é aumentar a produção de oxigénio para dar aos doentes com doenças graves uma oportunidade de recuperação”, vincou Moeti.
Questionada sobre a razão para este aumento de casos e de mortes, a diretora regional respondeu que há dois fatores: o cansaço do público relativamente às medidas de contenção da pandemia, por um lado, e a falta de vacinas, por outro.
Atualmente, a variante Delta, altamente contagiosa, foi detetada em 21 países africanos, tendo a Namíbia, África do Sul, Tunísia, Uganda e Zâmbia sido responsáveis por 83% das novas mortes na semana passada, segundo a OMS.
“A terceira vaga continua o seu caminho destruidor, ultrapassando outro triste marco histórico, com o continente a ultrapassar os seis milhões de casos”, disse Matshidiso Moeti, no Twitter da OMS África.
No último mês, acrescentou a responsável, “África registou um milhão de casos, o tempo mais rápido para adicionar este número, que demorou cerca de três meses para passar de 4 milhões para 5 milhões de casos”.
Os sistemas de saúde, concluiu, “já estavam em dificuldades para fornecer serviços essenciais às comunidades antes da pandemia, e estão agora a ceder perante a pressão da Covid-19”.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.061.908 mortos em todo o mundo, entre mais de 188,3 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
LUSA/HN
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