“Mais casos de infetados, mais internados, mais casos nos cuidados intensivos, tudo isto em 15 dias”, destacou Pedro Ramos na apresentação da segunda fase da campanha “A Pandemia ainda não acabou”, uma iniciativa do Governo Regional através do Instituto da Administração da Saúde IP-RAM.
Apesar disso, no arquipélago, a taxa de positividade mantêm-se abaixo de 1%, explicou o secretário regional, apontando ser um bom indicador, visto serem realizados “mais de 5 mil testes por semana”.
Portugal está a entrar numa quarta vaga e esses indicadores estão perfeitamente visíveis, mencionou o secretário regional, relembrando que a Madeira teve apenas uma vaga, devido a “um pico de casos durante os meses de janeiro e fevereiro”.
Pedro Ramos afirmou que, apesar dos esforços da vacinação e testagem, “há pessoas que se continuam a infetar”, o que se traduz na situação no hospital, “que passou de zero casos a sete doentes internados, cinco na área polivalente e dois em cuidados intensivos”, na última quinzena.
O governante disse ainda que o executivo madeirense defende a nova proposta de matriz apresentada na quarta-feira por uma equipa de especialistas.
A proposta, que resultou de um “trabalho de equipa” de especialistas do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, complementa os dois indicadores existentes – incidência e transmissibilidade (Rt) – com mais três: letalidade, internamentos em enfermaria e internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI).
“A Madeira concorda completamente com a nova matriz apresentada e vai adotar esta nova estratégia de monitorização não só da atividade da pandemia, número de casos ao fim de sete dias e ainda o Rt correspondente e depois no segundo pilar a gravidade da pandemia expressa na sua letalidade, expressa no número de internamentos e da capacidade de resposta do serviço regional de saúde”, frisou o secretário da Saúde e Proteção Civil.
Reagindo ao facto de o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) ter passado a Região Autónoma da Madeira para o nível “laranja” devido ao agravamento da pandemia de Covid-19, Pedro Ramos pediu um “esforço extra” aos madeirenses.
O secretário regional admitiu que a população tem de fazer “um esforço para daqui a 15 dias voltar novamente ao corredor verde”, relembrando “a importância do turismo na economia madeirense.
Na Madeira, já foram administradas 258. 656 vacinas, estando 58,5% da população vacinada com a primeira dose e 43,4% com a vacinação completa.
O conselho do Porto Santo e Porto Moniz já ultrapassaram a taxa de proteção de grupo superior a 70%.
O secretário da Saúde relembrou que os “vacinados não podem alterar os seus comportamentos”, explicando que permanece o risco de infeção, que pode levar a um crescimento no número de internamentos e, consequentemente, ao aumento de óbitos.
Pedro Ramos descreveu esta época como especial “porque voltam os estudantes, os emigrantes e o turismo aumenta exponencialmente”, apontando a testagem e vacinação como a solução para evitar uma situação “como no Natal”.
No total, a região já efetuou 748 mil testes realizados até à data, num investimento do Governo Regional no valor de 33 milhões de euros.
A segunda fase da campanha ‘A Pandemia Ainda Não Acabou’ terá um foco especial dedicado aos espaços balneares, sob a premissa ‘Faça Férias Em Segurança’, que apela às normas básicas, como o uso da máscara e desinfeção das mãos, mas também à vacinação e testagem regular, mesmo aos que já foram imunizados.
A primeira fase da campanha de sensibilização ‘A Pandemia Ainda Não Acabou” foi lançada em 17 de maio.
As autoridades de saúde da Madeira diagnosticaram na quinta-feira 13 novos casos de infeção por SARS-CoV-2 e mais 14 recuperados.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.070.508 mortos em todo o mundo, entre mais de 188,8 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.194 pessoas e foram registados 922.747 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
LUSA/HN
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