Falando no centro de vacinação Paz Flor, em Luanda, que começou hoje a administrar parte das 50 mil doses trazidas pela comitiva presidencial portuguesa na quinta-feira, Sílvia Lutucuta explicou que o país espera receber uma grande encomenda de Pfizer, via União Africana, e cinco milhões da Johnson e Johnson, sendo que esta última será dada consoante a mobilidade das populações.
“O grau de mobilidade da população também é um fator importante na decisão do tipo de vacina que iremos administrar. Para essas pessoas nós iremos dar prioridade à vacina Johnson e Johnson”, explicou.
No sul, nas províncias do Cunene e do Namibe, ainda residem populações nómadas relevantes das tribos Khoisan e Hereros que terão de ser sujeitas a programas específicos de vacinação.
Mas esta opção pela dose única “não é só no sul de Angola, também aqui em Luanda”, disse a ministra, referindo a pessoas que não tenham residência fixa.
A ministra também criticou hoje o desequilíbrio no acesso às vacinas dos países mais pobres e em vias de desenvolvimento.
“Continuamos, com todos os países africanos e não só, na luta e na corrida para o acesso às vacinas”, disse, recordando o alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que “apenas 10% dos países ficaram com mais de 75% das doses” disponíveis.
“Nós continuamos a lutar pela equidade no acesso às vacinas. Estamos a mobilizar recursos e queremos ter acesso às vacinas” de modo a “atingir imunidade de grupo”.
A ministra recusou falar em egoísmo dos países mais ricos, mas considerou que a diferença de capacidade de produção e de recursos financeiros desequilibrou a balança.
“Cada país faz o melhor que pode. Acredito que seja esse o pressuposto, mas há um grande movimento e sensibilização internacional para haver equidade no acesso às vacinas”, disse, acreditando que, “a partir de agosto, o quadro vai mudar”.
Ao longo deste período, “vamos continuar a trabalhar no sentido de ter acesso a vacinas, com contactos bilaterais e agências multilaterais”, resumiu.
LUSA/HN
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