Angola adquire vacinas de dose única para tribos nómadas do sul

19 de Julho 2021

A ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, disse esta segunda-feira que o país vai receber cinco milhões de vacinas da Johnson e Johnson (dose única) para administrar, entre outros, a populações nómadas das tribos do sul.

Falando no centro de vacinação Paz Flor, em Luanda, que começou hoje a administrar parte das 50 mil doses trazidas pela comitiva presidencial portuguesa na quinta-feira, Sílvia Lutucuta explicou que o país espera receber uma grande encomenda de Pfizer, via União Africana, e cinco milhões da Johnson e Johnson, sendo que esta última será dada consoante a mobilidade das populações.

“O grau de mobilidade da população também é um fator importante na decisão do tipo de vacina que iremos administrar. Para essas pessoas nós iremos dar prioridade à vacina Johnson e Johnson”, explicou.

No sul, nas províncias do Cunene e do Namibe, ainda residem populações nómadas relevantes das tribos Khoisan e Hereros que terão de ser sujeitas a programas específicos de vacinação.

Mas esta opção pela dose única “não é só no sul de Angola, também aqui em Luanda”, disse a ministra, referindo a pessoas que não tenham residência fixa.

A ministra também criticou hoje o desequilíbrio no acesso às vacinas dos países mais pobres e em vias de desenvolvimento.

“Continuamos, com todos os países africanos e não só, na luta e na corrida para o acesso às vacinas”, disse, recordando o alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que “apenas 10% dos países ficaram com mais de 75% das doses” disponíveis.

“Nós continuamos a lutar pela equidade no acesso às vacinas. Estamos a mobilizar recursos e queremos ter acesso às vacinas” de modo a “atingir imunidade de grupo”.

A ministra recusou falar em egoísmo dos países mais ricos, mas considerou que a diferença de capacidade de produção e de recursos financeiros desequilibrou a balança.

“Cada país faz o melhor que pode. Acredito que seja esse o pressuposto, mas há um grande movimento e sensibilização internacional para haver equidade no acesso às vacinas”, disse, acreditando que, “a partir de agosto, o quadro vai mudar”.

Ao longo deste período, “vamos continuar a trabalhar no sentido de ter acesso a vacinas, com contactos bilaterais e agências multilaterais”, resumiu.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Reformas na Saúde Pública: Desafios e Oportunidades Pós-Pandemia

O Professor André Peralta, Subdiretor Geral da Saúde, discursou na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde sobre as reformas necessárias na saúde pública portuguesa e europeia após a pandemia de COVID-19. Destacou a importância de aproveitar o momento pós-crise para implementar mudanças graduais, a necessidade de alinhamento com as reformas europeias e os desafios enfrentados pela Direção-Geral da Saúde.

Via Verde para Necessidades de Saúde Especiais: Inovação na Saúde Escolar

Um dos projetos apresentado hoje a concurso na 17ª Edição do Prémio Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, foi o projeto Via Verde – Necessidades de Saúde Especiais (VVNSE), desenvolvido por Sérgio Sousa, Gestor Local do Programa de Saúde Escolar da ULS de Matosinhos e que surge como uma resposta inovadora aos desafios enfrentados na gestão e acompanhamento de alunos com necessidades de saúde especiais (NSE) no contexto escolar

Projeto Utente 360”: Revolução Digital na Saúde da Madeira

O Dr. Tiago Silva, Responsável da Unidade de Sistemas de Informação e Ciência de Dados do SESARAM, apresentou o inovador Projeto Utente 360” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas , uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH). Uma ideia revolucionária que visa integrar e otimizar a gestão de informações de saúde na Região Autónoma da Madeira, promovendo uma assistência médica mais eficiente e personalizada

MAIS LIDAS

Share This