Esclerose múltipla debatida em Coimbra na celebração do Dia Mundial do Cérebro

21 de Julho 2021

A esclerose múltipla, doença crónica, degenerativa e autoimune que, em Portugal, afeta mais de oito mil pessoas, vai estar em destaque, em Coimbra, na quinta-feira, nas celebrações nacionais do Dia Mundial do Cérebro.

Promovida pelo Conselho Português para o Cérebro (CPC), a iniciativa “Juntos Pela Esclerose Múltipla” reúne diversos especialistas ligados a uma doença que é mais prevalente nas mulheres do que nos homens e que surge frequentemente em jovens adultos entre os 20 e os 40 anos.

Em nota enviada à agência Lusa, António Freire Gonçalves, professor jubilado de Neurologia da faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) e presidente do CPC, afirma que o Dia Mundial do Cérebro, instituído pela Federação Mundial de Neurologia e este ano dedicado à esclerose múltipla, “tem como objetivo principal chamar a atenção e fomentar o interesse do público, a nível mundial, para a importância das questões ligadas ao conhecimento do cérebro” humano.

O encontro, agendado para as 16:50 de quinta-feira no Colégio da Trindade da UC, inclui dois painéis: um relacionado com a esclerose múltipla e a sociedade, onde se incluem, entre outras, comunicações sobre vivências com a doença em adultos e crianças, e outro sobre o futuro daquela enfermidade, no diagnóstico e na terapêutica.

A celebração do Dia Mundial do Cérebro em Coimbra envolve, para além do CPC, a Academia Sino-Lusófona da UC, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) e o Grupo de Estudos da Esclerose Múltipla (GEEM) da Sociedade Portuguesa de Neurologia.

Segundo informação publicada na página de internet da SPEM, a esclerose múltipla “é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afeta o sistema nervoso central. Surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade e tem maior incidência nas mulheres do que nos homens”.

A doença, segundo a SPEM, “afeta particularmente a mielina (uma bainha que rodeia, alimenta, protege e isola eletricamente as extensões dos neurónios permitindo a rápida transmissão de impulsos)” e decorre de um erro do sistema imunitário “que leva a que a mielina seja considerada como um corpo estranho e seja atacada”.

Ainda de acordo com a SPEM, a esclerose múltipla “manifesta-se de diferentes formas, pelo que cada diagnóstico é único”.

Caracteriza-se por formas remitentes – 85% dos casos e típica nos jovens adultos –, “em que ocorrem surtos sucessivos sem progressão contínua da doença”, e formas primárias progressivas (15% dos casos, típicos acima dos 40 anos), “em que a doença evolui de forma lenta, mas progressiva”, assinala.

LUSA/HN

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