Esta posição foi defendida por Ferro Rodrigues na reunião sobre a evolução da situação epidemiológica em Portugal, que desta vez voltou a contar com as presenças do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, nas instalações do Infarmed, em Lisboa.
Falando logo após Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República pediu a palavra para sugerir que “sejam abundantemente transmitidos e divulgados os números relativos às percentagens de não vacinados que apresentam agora novos casos” de Covid-19.
Ferro Rodrigues referiu-se concretamente a pessoas que encontram atualmente nas enfermarias, ou nas unidades de cuidados intensivos, e ainda a casos de mortalidade por causa da Covid-19.
“Essa é uma informação muito importante para os portugueses e pode ser muito importante para o desenvolvimento do processo de vacinação”, justificou.
De acordo com o presidente da Assembleia da República, “há uma diferença muito grande entre distribuição etária de doentes nas unidades de cuidados intensivos e distribuição etária em termos de óbitos”.
“Isso convém que seja explicado para que não se fique com a impressão errada de que, para os mais idosos, a vacina não serve. Pelo contrário, se não houvesse vacina, seria um desastre com esta variante Delta, que está agora tão espalhada, não só em Portugal, como em toda a Europa. Fiquei só um bocadinho espantado por a variante Delta não ter chegado ainda a Espanha, mas deve estar a chegar lá”, rematou.
Além de pedir uma maior exposição no que respeita a doenças em casos de não vacinados, Ferro Rodrigues considerou em paralelo fundamental promover o certificado de vacina contra a Covid-19.
“Alguns milhões de pessoas já têm essa certificação e parece-me que nesta fase de transição, em que vamos entrar com alguma abertura e algum cuidado, é necessário que essa certificação valha para muito, sobretudo em áreas fundamentais que têm a ver com o mês de agosto, como a hotelaria, restauração, comércio ou desporto”, apontou.
Para Ferro Rodrigues, é essencial que o país, “a pouco a pouco, comece a regressar a uma certa normalidade”.
“É necessário que a certificação valha a diferença para um conjunto de possibilidades. As pessoas devem ter essas possibilidades porque se vacinaram e não têm aquela atitude que 25% dos mais jovens ainda parecem ter, mas que espero que mudem de atitude”, acentuou.
Depois de saudar o coordenador do processo de vacinação em Portugal, o vice-almirante Gouveia e Melo, o presidente da Assembleia da República classificou aquilo que se tem passado no país a este nível como “algo absolutamente extraordinário”.
“Este esforço e capacidade de organização era algo absolutamente impensável há uns meses atrás”, frisou, num rasgado elogio à forma como tem evoluído o processo de vacinação em Portugal.
LUSA/HN
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