“Em nível, o PIB está a 95,4% do registo do 4.º trimestre de 2019, o último sem os efeitos da pandemia e associados confinamentos, ou 1,5 pontos percentuais acima do nível do 4.º trimestre do ano passado (93,9%), também aferido na mesma base”, pode ler-se na leitura rápida enviada à Lusa pelo núcleo de estudos da Universidade Católica (Forecasting Lab – NECEP).
O NECEP reagia assim aos números do PIB hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), um crescimento de 4,9% no segundo trimestre face ao primeiro, e de 15,5% face ao mesmo período do ano passado.
Quanto à evolução em cadeia, o núcleo da Católica destaca que se tratou “do crescimento mais acentuado desde o início das atuais séries das contas nacionais em 1977, com exceção do 3.º trimestre do ano passado em que a economia recuperou 13,4% após o confinamento severo da primavera de 2020”.
“Desta forma, o andamento do PIB no trimestre findo reflete, fundamentalmente, a compensação pelas perdas acumuladas durante o confinamento do último inverno, igualmente rigoroso”, lembra o NECEP.
Quanto à evolução homóloga, “variação foi também anormalmente elevada (15,5%) por influência, quer do referido ‘ressalto’, quer da base anormalmente baixa do 2.º trimestre do ano passado”.
“O 2.º trimestre foi o melhor desde o início da pandemia, se bem que mantendo ainda um importante desvio face a 2019, próximo dos cinco pontos percentuais”, pode ainda ler-se na leitura rápida enviada à Lusa.
O NECEP alerta, no entanto, que “a manutenção da procura externa líquida no terreno negativo é um dado perturbante na medida em que reflete a situação difícil vivida no turismo e demais exportações de serviços, impedindo a recuperação plena do PIB face a 2019”.
Esta circunstância “deverá penalizar a balança corrente, com eventual impacto na capacidade de financiamento do país”.
O NECEP mantém um “cenário central de crescimento do PIB a médio prazo, com o nível do PIB de 2019 a ser alcançado apenas no próximo ano, num contexto ainda de elevada incerteza”.
Assim, o cenário central continua a prever um crescimento anual de 3,5% com um intervalo entre 2% e 5%.
LUSA/HN
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