Suíça pede à imprensa chinesa que remova artigos que citam perfil falso

11 de Agosto 2021

A embaixada da Suíça em Pequim instou esta quarta-feira a imprensa chinesa a remover os artigos que citam um suposto biólogo suíço a criticar a politização da origem da Covid-19, após ter descoberto tratar-se de um perfil falso.

Numa mensagem difundida através da rede social Twitter, a embaixada disse que o suposto biólogo, identificado como Wilson Edwards, provavelmente “não existe”.

Órgãos como a televisão estatal CGTN e os jornais oficiais Shanghai Daily e Global Times citaram Wilson Edwards, com base no seu perfil na rede social Facebook.

Muitos dos órgãos removeram, desde então, as referências àquele perfil.

“Embora apreciemos a atenção dispensada ao nosso país, a embaixada da Suíça infelizmente deve informar o público chinês que esta notícia é falsa”, escreveu a missão diplomática.

A mesma fonte informou que a conta no Facebook foi aberta há duas semanas e tinha apenas três amigos.

“É provável que a conta no Facebook não tenha sido aberta para fins de rede social”, acrescentou.

A embaixada realçou que não há registo de um cidadão suíço com o nome “Wilson Edwards” e nenhum artigo académico assinado com aquele nome.

Num artigo publicado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily, Wilson Edwards disse estar “consternado” com a “politização do rastreamento da origem da covid-19”.

Nas redes sociais, o jornal oficial Shanghai Daily escreveu: “Biólogo europeu diz que grupo consultivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para rastrear as origens de patógenos, incluindo o vírus responsável pela pandemia da covid-19, tornou-se uma ferramenta política”.

O suposto biólogo afirmou ainda estar preocupado com a “independência da OMS” e acusou os Estados Unidos de estarem “tão obcecados em atacar a China na questão do rastreamento da origem que não querem ver os dados e descobertas”.

Os Estados Unidos e a OMS estão a pressionar a China para que permita uma investigação mais aprofundada ao Instituto de Virologia de Wuhan.

A cidade de Wuhan, situada no centro da China, diagnosticou no final de 2019 os primeiros casos do novo coronavírus no mundo.

A teoria de que o vírus escapou daquele laboratório foi inicialmente descartada pela OMS, que apontou como provável a origem animal, mas, nas últimas semanas, a agência da ONU mudou de postura e passou a alinhar com as pressões de Washington.

A imprensa oficial chinesa tem também promovido várias teorias sobre a origem do vírus, incluindo vincular a sua origem a um laboratório do exército dos EUA ou à importação de alimentos congelados oriundos de Itália.

LUSA/HN

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