Campanha de sensibilização do cancro da mama marcada por retrocesso no diagnóstico

25 de Agosto 2021

Os hospitais portugueses receberam, em 2020, mais doentes com cancro de mama em fase avançada devido à pandemia da Covid-19, disse à agência Lusa a vice-presidente da Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia.

“No ano passado notou-se um decréscimo de casos em fase inicial”, disse à agência Lusa Ana Joaquim, à margem de uma campanha nacional de sensibilização sobre o cancro da mama metastático, que está a ser preparada para lançar em outubro.

A iniciativa, que consiste na gravação de 18 vídeos informativos, em que participam profissionais de saúde e doentes, pretende “explicar as várias etapas da doença oncológica e desmistificar a vivência com o cancro da mama”.

A médica oncologista Leonor Pinto, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, reforça que, “estranhamente ao que acontecia até há cerca de ano e meio”, as unidades de saúde estão a encontrar doentes “com tumores maiores, localmente mais avançados, às vezes já com a pele ulcerada, o que não era comum”.

“Apesar da grande sensibilização e do conhecimento da população da existência do cancro da mama, infelizmente este contexto pandémico trouxe-nos alguns dissabores por dificuldade de acesso a exames de rastreio que se fazia de uma forma mais contínua”, frisou à agência Lusa.

Segundo Leonor Pinto, verifica-se um “aumento do número de cancros de mama localmente avançados, que já não são tumores iniciais, e estamos agora a encontrar doentes que chegam à consulta já com doença metastizada, o que não era tão comum há um ano e meio”.

A campanha de sensibilização da Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia inclui gravações em hospitais do norte ao sul do país, em diversos ambientes, como bloco operatório e gabinetes de consulta.

As filmagens tiveram início em Gaia, decorrem hoje em Coimbra e no início de setembro vão ser em Lisboa, prevendo-se que a campanha seja lançada no dia 01 de outubro nas redes sociais, no âmbito do “outubro rosa”.

Salientando que esta é uma “boa forma de passar a mensagem”, a vice-presidente da Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia, Ana Joaquim, salienta que o grande objetivo dos vídeos passa “por desmistificar a doença, chegar a quem recebe este diagnóstico e fornecer informação clara e precisa”.

LUSA/HN

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