Deputados do PS questionam Governo sobre despedimento coletivo na Saint-Gobain

3 de Setembro 2021

O PS questionou esta sexta-feira o Governo sobre o despedimento coletivo de 130 trabalhadores numa unidade da Saint-Gobain, pretendendo saber que medidas estão a ser implementadas para preservar postos de trabalho e que apoios recebeu a empresa na pandemia.

Na quarta-feira, uma centena de trabalhadores manifestou-se em frente da Saint-Gobain Sekurit Portugal, protestando contra o “criminoso despedimento coletivo” de 130 trabalhadores da unidade de Santa Iria da Azoia e, indiretamente, de cerca 70 pessoas que trabalham em empresas subcontratadas.

Nove deputados do PS questionaram hoje a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a socialista Ana Mendes Godinho, sobre este despedimento, através de uma pergunta entregue na Assembleia da República.

“Quais os últimos desenvolvimentos ocorridos nas reuniões de mediação realizadas pela Direção Geral de Emprego e Relações de Trabalho e as partes envolvidas para analisar o processo de despedimento coletivo”, questionam.

Os deputados socialistas pretendem ainda saber o que é que está previsto “em termos de medidas e alternativa económica visando a preservação dos 130 postos de trabalho e da unidade em questão de Santa Iria da Azoia”.

“Que apoios económicos e fiscais foram atribuídos à empresa em questão no âmbito do período pandémico”, perguntam ainda.

De acordo com o documento, a empresa anunciou que vai cessar a atividade produtiva em Portugal “devido aos prejuízos acumulados nos últimos anos”, tendo já iniciado o processo de despedimento coletivo dos 130 trabalhadores.

“De acordo com a empresa, ‘face à situação que ao longo dos últimos anos tem penalizado os trabalhadores, que viram os seus salários congelados, a Saint-Gobain Sekurit Portugal irá propor indemnizações superiores às previstas legalmente, além de benefícios complementares ao valor da indemnização que, de algum modo, ajudem a compensar a perda dos postos de trabalho’”, referem ainda.

Contudo, de acordo com os socialistas, os trabalhadores pretendem a manutenção da empresa e dos seus postos de trabalho, sendo a situação atual “penalizadora dos trabalhadores e as suas famílias” e comportando “severos impactos económicos e sociais no município de Loures”.

Ricardo Leão, Susana Amador, Fernando Paulo Ferreira, Isabel Alves Moreira, Pedro Delgado Alves, Alexandra Tavares de Moura, Miguel Matos, Rita Borges Madeira e Maria da Luz Rosinha são os nove deputados socialistas que assinam esta pergunta.

Os sindicatos da indústria vidreira já exigiram a “intervenção do Governo” para “impedir” o despedimento coletivo, que consideram “inadmissível” e um “atentado”.

“Têm sido feitos todos os dias de manhã à porta das instalações da empresa protestos com concentração dos trabalhadores e já requeremos pedidos urgentes de reunião aos ministérios da Economia e do Trabalho, dos quais ainda não obtivemos resposta”, salientou o sindicalista.

Uma nova ronda negocial está prevista para 08 de setembro.

Em Portugal o grupo Saint-Gobain emprega cerca de 800 colaboradores distribuídos por 11 empresas e oito fábricas, tendo um volume de faturação de 180 milhões de euros.

LUSA/HN

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