Empresas sul-africanas decidem obrigatoriedade de vacinas para funcionários

3 de Setembro 2021

O Governo sul-africano anunciou esta sexta-feira que vai deixar que as empresas do país decidam tornar ou não obrigatórias as vacinas contra a Covid-19 para empregados e clientes, naquele que é o país africano mais afetado pela pandemia.

“Não é nossa prioridade começar a pensar em legislação e regulamentos que dizem que cada adulto deve ser vacinado”, afirmou o ministro da Saúde, Joe Phaahla, que acrescentou: “Deixamos isso para aqueles que dirigem indústrias e serviços”.

De acordo com o governante, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), restaurantes, bares, mercearias e outras empresas deve definir as suas próprias políticas sobre se devem ou não insistir na vacinação.

O Governo sul-africano planeia encorajar a população a ser vacinada com incentivos como jogos de futebol e concertos para pessoas que tenham sido imunizadas contra a Covid-19.

Atualmente, e segundo Phaahla, o seu departamento governamental está a discutir outras formas de promover a administração de vacinas junto da população.

Algumas empresas sul-africanas anunciaram que vão tornar obrigatória a vacinação de todos os funcionários.

A empresa de seguros de saúde e serviços financeiros Discovery emitiu esta semana uma declaração em que afirmou que vai exigir que todos os seus empregados sejam vacinados a partir do início do próximo ano “dada a clara obrigação moral e social, tal como informado pelo propósito central de tornar as pessoas mais saudáveis e melhorar e proteger a vida de todos os empregados”.

A maior federação de trabalhadores do país, a Cosatu, que representa mais de 20 dos maiores sindicatos sul-africanos, disse que se opõe à vacinação obrigatória e que alguns dos seus sindicatos afiliados já estão a informar os seus trabalhadores estão a ser “forçados e coagidos a serem vacinados” com a ameaça de despedimento.

“Todos queremos que as vacinas sejam aceites pelas pessoas, todos queremos que esta implementação seja acelerada. Mas querer-se que as pessoas sejam punidas ou recompensadas com base no facto de serem ou não vacinadas é algo perigoso”, disse o porta-voz da Cosatu, Sizwe Pamla, à AP.

Mais de 13 milhões de sul-africanos receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, incluindo 5,7 milhões que estão totalmente vacinados com duas doses da Pfizer-BioNTech ou uma dose da vacina da Johnson & Johnson.

De acordo com os números oficiais, cerca de 250 mil doses estão a ser vacinadas por dia, um valor inferior ao objetivo de 300 mil inoculações por dia.

A África do Sul quer vacinar 40 milhões de pessoas da sua população de 60 milhões até ao final deste ano, afirmou o vice-presidente David Mabuza.

A África do Sul está atualmente a lutar contra o ressurgimento do vírus e, nas últimas 24 horas, registou 9.200 casos e 418 mortes, elevando o total de fatalidades para quase 83 mil.

A África do Sul é o país mais afetado pela Covid-19 em África, com os seus 2,7 milhões de casos a representarem mais de um terço dos 7,6 milhões de casos registados nos 54 países africanos.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.529.715 mortes em todo o mundo, entre mais de 218,96 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

LUSA/HN

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