Em declarações à Agência Lusa, o presidente da FNAM, Noel Carrilho, explica que a iniciativa, denominada “Flash Manif – Pelos médicos e pelo SNS”, surge por ocasião da celebração do dia do SNS e reflete problemas com vários anos e sem resolução até ao momento.
“Os médicos, durante este tempo de pandemia [de Covid-19], optaram por não avançar para gestos reivindicativos que prejudicassem o SNS. Contudo, é chegado o momento de exigir a melhoria das condições de trabalho dos médicos e do SNS, que tem sido elogiado por quase todos, mas que continua a sofrer de falta de investimento sério para o futuro”.
Noel Carrilho destaca a questão das remunerações, que considera que devem ser “ajustadas às responsabilidades” que os médicos têm no SNS, a “valorização das horas extraordinárias”, a resolução “das listas excessivas de utentes por médico de família”, o problema do “desgaste rápido” da profissão e os incentivos “para as zonas carenciadas do país”.
“Nenhum problema foi resolvido durante a pandemia, apesar de alguma publicidade enganosa acerca de prémios e de suplementos que nem foram pedidos pelos médicos ou pelos sindicatos, sendo irrelevantes num contexto geral da carreira médica”, frisa.
A FNAM solicita que os médicos se apresentem às 11:00 à porta das instituições de saúde em que trabalham de modo a criar uma manifestação alargada e descentralizada sem que interrompam “a sua atividade assistencial para manifestar o seu descontentamento”.
A documentação da intenção de participação nesta iniciativa pode ser feita através do envio de uma fotografia para o sindicato.
“Acreditamos que vamos ter de passar a medidas reivindicativas mais duras para sermos ouvidos. É uma infelicidade porque era de esperar que toda esta situação [a pandemia de Covid-19] fizesse o governo ter iniciativa para perceber quais os problemas que levam os médicos a não considerar carreira no SNS”, finaliza Noel Carrilho.
LUSA/HN
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