Algarve Biomedical Center vai fazer ensaios pré-clínicos de medicamentos para a EMA

15 de Setembro 2021

O Algarve Biomedical Center (ABC) vai desenvolver ensaios pré-clínicos de eficácia e segurança de medicamentos para a Agência Europeia do Medicamento (EMA) por cinco anos, disse à Lusa o presidente do ABC.

A assinatura do contrato foi feita depois de o consórcio que reúne a Universidade do Algarve e o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) ter vencido, de forma “inédita” para um centro de investigação português, um concurso internacional para realizar ensaios pré-clínicos de qualidade e segurança de medicamentos, destacou Nuno Marques.

“É um grande orgulho para nós e para o país termos um centro que, ao nível europeu e da EMA, tem este reconhecimento. Só mostra que a ciência nacional está no bom caminho e também temos grande capacidade no nosso país em termos de investigação científica, nomeadamente nesta área da Medicina e da Biomedicina”, afirmou.

Com este contrato, o ABC “passa a poder testar, para a EMA, qualquer medicamento para uso humano ou para uso veterinário”, uma vez que ambos são monitorizados pela agência que garante a segurança destes produtos na União Europeia, referiu Nuno Marques, quantificando o número total de candidatos iniciais em “mais de uma centena”.

O trabalho que levou à vitória neste concurso “foi feito nos últimos três meses” e o ABC superou “inúmeros centros de formação ,quer europeus quer americanos”, assegurando um contrato “pioneiro em termos nacionais”, acrescentou.

A assinatura deste contrato para os próximos cinco anos vai ainda “fortalecer e robustecer o ABC”, porque permitirá ter “uma sustentabilidade a cinco anos”, ao “tratar-se de um contrato de até três milhões de euros” nesse período, valor que “é muito significativo”, considerou aquele responsável.

A seleção feita pela EMA traz também um “reconhecimento mundial” da “qualidade dos seus investigadores”, que passam “a ter uma fonte de rendimento que vai ajudar a sustentar outros projetos de investigação”, notou.

Questionado sobre se o trabalho desenvolvido pelo ABC durante a pandemia de Covid-19 teve influência no resultado deste concurso internacional, Nuno Marques respondeu que “não teve implicação direta, a não ser na capacidade e no fortalecimento” do ABC “em termos de equipamentos”.

“Tivemos uma remodelação profunda do centro de investigação e passamos a ter o nosso ABC Research Institute com uma capacidade, em termos de equipamentos e um ‘know-how’ dos investigadores, que já estavam cá, mas passaram a ter outros meios à sua disposição para poder dar este tipo de respostas”, argumentou.

Nuno Marques explicou que, na fase de seleção, o ABC teve de responder a um problema colocado pela EMA para ver “se um medicamento estava contaminado ou não” e “qual era a toxicidade do contaminante”.

O objetivo é, “no final, chegar ao que era expectável aquele contaminante causar se ele estivesse no medicamento e fosse ingerido por pessoas”, resumiu.

LUSA/HN

1 Comment

  1. Olinda Maria Marques Silva

    Parabéns. ABC. Do Algarve são os maiores.

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Mónica Nave: “É muito importante conhecer as histórias familiares de doença oncológica”

No âmbito do Dia Mundial do Cancro do Ovário, a especialista em Oncologia, Mónica Nave, falou ao HealthNews sobre a gravidade da doença e a importância de conhecer histórias familiares de doença oncológica. Em entrevista, a médica abordou ainda alguns dos principais sintomas. De acordo com os dados da GLOBOCAN 2022, em Portugal foram diagnosticados 682 novos casos de cancro do ovário em 2022. No mesmo ano foi responsável por 472 mortes, colocando-o como o oitavo cancro mais mortal no sexo feminino.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights