“Este centro representa o firme compromisso de Portugal – e o espírito dos nossos países – para com o progresso e o bem-estar das pessoas”, disse Felipe VI, numa curta passagem em português, retornando de seguida ao castelhano para elogiar o “ambicioso projeto” que visa reforçar o combate ao cancro do pâncreas: “É um ato de enorme transcendência para a ciência, para as nossas sociedades e para a saúde de todos os nossos cidadãos”.
Num discurso proferido perante o primeiro-ministro, António Costa, a ministra da Saúde, Marta Temido, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o monarca espanhol agradeceu o convite do chefe de Estado português e sublinhou ainda que se sente “sempre em casa” em Portugal, incluindo também a rainha Letizia neste sentimento.
Sem deixar de evidenciar o trabalho dos profissionais de saúde e dos investigadores, Felipe VI enfatizou a importância que este centro – o primeiro a nível mundial inteiramente dedicado ao cancro do pâncreas e com três blocos operatórios de tecnologia avançada, capacidade para 10 doentes por dia, 25 quartos de internamento e 15 de cuidados intensivos, dois laboratórios e 200 investigadores – vai ter no desafio contra a quarta causa de morte por cancro na Europa.
“A colocação em marcha de um projeto como este representa uma oportunidade para fazer avançar o conhecimento no campo do cancro do pâncreas. Cada nova evidência pode ser crucial. Cada pequeno passo é sempre importante. E o facto de que esta iniciativa conjugue esforços e capacidades, a investigação e a assistência, é também de grande relevância, já que permitirá recortar a distância entre a investigação e a sua traslação à prática clínica”, frisou.
O rei de Espanha salientou que a aliança dos dois países “não é nova” e lembrou a participação ativa de ambos no Plano Europeu de Luta contra o Cancro, aprovado em fevereiro, em plena pandemia de Covid-19, que ambiciona implementar uma abordagem “integral” no combate ao cancro, assente em quatro pilares: prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e qualidade de vida dos doentes.
“A Europa, e dentro dela Portugal e Espanha, compartilham objetivos claros na luta contra o cancro do pâncreas. Estamos seguros de que a colocação em marcha deste centro é um verdadeiro estímulo para melhorar porque suporá um avanço substancial na gestão deste tumor letal. Beneficiará as nossas populações, inclusivamente a nível mundial”, explicou, sentenciando que a “colaboração” é tão importante quanto a investigação no cancro.
LUSA/HN
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