Estudo salienta importância da saúde cardiovascular na prevenção da diabetes

4 de Outubro 2021

Os adultos de meia idade com o coração saudável têm menos probabilidades de desenvolver diabetes tipo 2 durante a sua vida, de acordo com os resultados de um estudo publicado no Dia Mundial do Coração no “European Journal of Preventive Cardiology”, da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).

Os adultos de meia idade com o coração saudável têm menos probabilidades de desenvolver diabetes tipo 2 durante a sua vida, de acordo com os resultados de um estudo publicado no Dia Mundial do Coração no “European Journal of Preventive Cardiology”, da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).

Os investigadores descobriram que a importância da saúde cardiovascular estava aparentemente relacionada com a probabilidade genética de um indivíduo desenvolver diabetes tipo 2.  A saúde cardiovascular favorável foi definida como ter peso corporal, pressão arterial e colesterol normais, não fumar, ter uma dieta equilibrada e ser fisicamente ativo.

Estima-se que 463 milhões de adultos têm diabetes e que 10% das despesas globais com a saúde são gastos com a doença (760 mil milhões de dólares).

O autor do estudo, Fariba Ahmadizar, do Centro Médico Universitário Erasmus, em Roterdão, afirmou que “embora a genética contribua para a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2, os resultados indicam que a manutenção de hábitos de vida saudáveis, e especialmente o peso corporal saudável, pode ajudar a diminuir o risco associado à doença”.

A investigação incluiu 5.993 participantes de Roterdão que não apresentavam diabetes tipo 2 no início do estudo. A idade média foi de 69 anos. Cerca de 58% eram mulheres. Os participantes receberam uma pontuação de saúde cardiovascular de 0 a 12 de acordo com o índice de massa corporal, pressão arterial, colesterol, existência ou não de hábitos tabágicos, dieta e atividade física. As pontuações mais elevadas correspondiam a uma melhor saúde cardiovascular. Os participantes foram então divididos em três categorias de saúde cardiovascular de acordo com a sua pontuação: fraca (0-5), intermédia (6-7) e ideal (8-12).

Para avaliar a predisposição genética para a diabetes tipo 2, os investigadores utilizaram 403 variantes genéticas independentes, relacionadas com esta condição, para calcular uma pontuação de risco genético. Os participantes foram então classificados como “baixo”, “intermédio” ou “alto risco genético”, de acordo com a sua pontuação.

Um total de 869 indivíduos desenvolveu diabetes tipo 2 no follow-up. Os investigadores estimaram e compararam o risco vitalício para a diabetes tipo 2 dentro das categorias de saúde cardiovascular e risco genético.

Olhando apenas para a saúde cardiovascular, os investigadores descobriram que o risco vitalício remanescente da diabetes tipo 2 era menor nas pessoas com melhor saúde cardíaca. Por exemplo, aos 55 anos de idade, os participantes com saúde cardiovascular ideal tinham um risco de 22,6% de desenvolver diabetes tipo 2 ao longo da vida, em comparação com 28,3% e 32,6% de risco para aqueles com saúde cardiovascular intermédia e fraca, respetivamente.

Quando se teve em conta o risco genético, o risco vitalício para a diabetes tipo 2 era ainda menor para aqueles com melhor saúde cardiovascular. Aos 55 anos de idade, por exemplo, o restante risco vitalício de diabetes no grupo de alto risco genético era de 23,5% para as pessoas com saúde cardiovascular ideal, em comparação com 33,7% e 38,7% para as pessoas com saúde cardiovascular intermédia e fraca, respetivamente. As mesmas relações foram observadas dentro dos grupos de baixo e médio risco genético.

“Os nossos resultados sublinham a importância da saúde cardíaca favorável na prevenção da diabetes tipo 2 nos adultos de meia idade, independentemente de terem geneticamente um risco elevado ou baixo de desenvolverem a doença”, referiu o Prof. Fariba Ahmadizar. “Por outras palavras, um estilo de vida saudável está associado a um risco significativamente mais baixo de diabetes tipo 2 em qualquer grau de risco genético. Os resultados aplicam-se igualmente a homens e mulheres e indicam que os hábitos saudáveis na meia-idade são uma estratégia eficaz para evitar a diabetes mais tarde”.

Mais informação em:

https://academic.oup.com/eurjpc/article-lookup/doi/10.1093/eurjpc/zwab141

2International Diabetes Federation Diabetes Atlas, 9th edition 2019: https://diabetesatlas.org/en/.

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights