“Vamos avaliar o impacto da Festa da Flor e depois vamos, se tudo correr conforme esperamos, com baixas taxas de transmissibilidade e de incidência, começar a fazer um alívio progressivo das medidas”, afirmou o presidente do Governo Regional, sublinhando que a região já está “praticamente em pleno funcionamento”.
Miguel Albuquerque encontrava-se ontem entre os milhares de madeirenses e turistas que assistiram à passagem dos 12 grupos que desfilaram nas avenidas do Mar e Sá Carneiro, num total de 1.200 figurantes, cheios de flores, de cor e de música, numa tarde bastante soalheira.
O cortejo alegórico regressou à baixa da capital madeirense no molde tradicional, depois ter sido cancelado em 2020 devido à crise pandémica, mas ainda assim fora de época, pois habitualmente a Festa da Flor realiza-se em maio.
“Penso que dentro de uma semana e meia vamos tomar novas medidas de alívio, que não serão muitas, porque nós já estamos praticamente em pleno funcionamento”, declarou o presidente do executivo regional, apontando para a abolição do recolher obrigatório e do horário de enceramento das atividades económicas.
Atualmente, o recolher obrigatório no arquipélago da Madeira vigora entre as 02:00 e as 05:00 e os estabelecimentos são obrigados a encerrar até às 01:00.
Miguel Albuquerque indicou que a eventual reabertura das discotecas na região vai também ser avaliada dentro de uma semana meia.
“Se tudo correr como está a correr até agora, uma das medidas, para além da revogação do recolher obrigatório, será a reabertura das discotecas, que aqui ainda não está determinado”, disse.
A Madeira regista atualmente uma taxa de ocupação hoteleira de 62%, valor que Miguel Albuquerque considera “bom” para a época do ano, mas que constitui também um teste ao impacto na incidência da Covid-19.
“Temos sempre de levar em conta que somos uma sociedade e uma ilha muito aberta ao exterior, portanto, temos de ter sempre algumas condicionantes, porque em alguns países o grau de incidência aumentou”, disse.
As determinações da autoridade de saúde para assistir ao cortejo da Festa da Flor também variaram, sendo que para os participantes no desfile e para o acesso às bancadas instaladas nas avenidas marginais era obrigatório apresentar teste rápido antigénio negativo para Covid-19, ao passo que no restante espaço a circulação era livre, com centenas de pessoas sem máscara.
“É evidente que ainda temos alguns condicionalismos, designadamente o teste rápido para as pessoas que estão a assistir [nas bancadas] e para participantes”, disse Miguel Albuquerque, reforçando: “Acho que estas medidas preventivas são importantes para depois fazermos uma avaliação e aliviarmos ainda mais as medidas restritivas ainda em vigor.”
E acrescentou: “Esperamos que esta Festa da Flor signifique para todos nós uma retoma da nossa vivência normal do ponto de vista político, económico, social e de saúde pública”.
De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional da Saúde, o arquipélago da Madeira, com 251 mil habitantes, regista 128 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, num total de 11.764 confirmados desde o início da pandemia, e 75 mortos associados à doença.
LUSA/HN
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