Madeira pondera abolir medidas restritivas após Festa da Flor

4 de Outubro 2021

Milhares de pessoas concentraram-se no domingo nas avenidas marginais do Funchal para assistir ao cortejo da Festa da Flor, um dos maiores cartazes turísticos da Madeira, que este ano funciona como “teste final” às medidas de contenção da Covid-19 no arquipélago.

“Vamos avaliar o impacto da Festa da Flor e depois vamos, se tudo correr conforme esperamos, com baixas taxas de transmissibilidade e de incidência, começar a fazer um alívio progressivo das medidas”, afirmou o presidente do Governo Regional, sublinhando que a região já está “praticamente em pleno funcionamento”.

Miguel Albuquerque encontrava-se ontem entre os milhares de madeirenses e turistas que assistiram à passagem dos 12 grupos que desfilaram nas avenidas do Mar e Sá Carneiro, num total de 1.200 figurantes, cheios de flores, de cor e de música, numa tarde bastante soalheira.

O cortejo alegórico regressou à baixa da capital madeirense no molde tradicional, depois ter sido cancelado em 2020 devido à crise pandémica, mas ainda assim fora de época, pois habitualmente a Festa da Flor realiza-se em maio.

“Penso que dentro de uma semana e meia vamos tomar novas medidas de alívio, que não serão muitas, porque nós já estamos praticamente em pleno funcionamento”, declarou o presidente do executivo regional, apontando para a abolição do recolher obrigatório e do horário de enceramento das atividades económicas.

Atualmente, o recolher obrigatório no arquipélago da Madeira vigora entre as 02:00 e as 05:00 e os estabelecimentos são obrigados a encerrar até às 01:00.

Miguel Albuquerque indicou que a eventual reabertura das discotecas na região vai também ser avaliada dentro de uma semana meia.

“Se tudo correr como está a correr até agora, uma das medidas, para além da revogação do recolher obrigatório, será a reabertura das discotecas, que aqui ainda não está determinado”, disse.

A Madeira regista atualmente uma taxa de ocupação hoteleira de 62%, valor que Miguel Albuquerque considera “bom” para a época do ano, mas que constitui também um teste ao impacto na incidência da Covid-19.

“Temos sempre de levar em conta que somos uma sociedade e uma ilha muito aberta ao exterior, portanto, temos de ter sempre algumas condicionantes, porque em alguns países o grau de incidência aumentou”, disse.

As determinações da autoridade de saúde para assistir ao cortejo da Festa da Flor também variaram, sendo que para os participantes no desfile e para o acesso às bancadas instaladas nas avenidas marginais era obrigatório apresentar teste rápido antigénio negativo para Covid-19, ao passo que no restante espaço a circulação era livre, com centenas de pessoas sem máscara.

“É evidente que ainda temos alguns condicionalismos, designadamente o teste rápido para as pessoas que estão a assistir [nas bancadas] e para participantes”, disse Miguel Albuquerque, reforçando: “Acho que estas medidas preventivas são importantes para depois fazermos uma avaliação e aliviarmos ainda mais as medidas restritivas ainda em vigor.”

E acrescentou: “Esperamos que esta Festa da Flor signifique para todos nós uma retoma da nossa vivência normal do ponto de vista político, económico, social e de saúde pública”.

De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional da Saúde, o arquipélago da Madeira, com 251 mil habitantes, regista 128 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, num total de 11.764 confirmados desde o início da pandemia, e 75 mortos associados à doença.

LUSA/HN

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