Argentina elimina quotas de entrada no país e testes obrigatórios nos aeroportos

6 de Outubro 2021

O Governo argentino anunciou o fim do sistema de quotas diárias para a entrada de pessoas no país e a eliminação dos testes obrigatórios nos aeroportos que limitavam o número de voos e o planeamento das companhias aéreas.

“Atingido o limiar de 50% da população vacinada com o esquema completo (duas doses), no dia 19 de outubro de 2021, será eliminada a cota de quantidade de passageiros que chegam ao país por via aérea”, anunciou a Administração Nacional de Aviação Civil da Argentina (ANAC).

O fim dessas medidas terá impacto especial no Brasil, maior emissor de turistas para a Argentina e maior recetor de argentinos.

O final das restrições estava condicionado ao objetivo mínimo de metade da população argentina completamente vacinada, confirmado na noite desta terça-feira. A partir dessa confirmação, abre-se um período de 14 dias até que o mais recente vacinado desenvolva anticorpos, permitindo, assim, que as medidas entrem em vigor a partir do próximo dia 19.

A restrição tinha sido aplicada em 25 de dezembro de 2020, impondo um limite diário de 2.000 pessoas através de Buenos Aires, único aeroporto habilitado para a entrada no país. Esse limite diário tinha sido reduzido em junho a apenas 600 pessoas (2% do volume de passageiros diários de 2019), deixando 25 mil argentinos retidos no exterior.

Essa quota estava em 2.300 pessoas até ao fim de semana passado, quando subiu para 3.000. A partir do dia 11 e até à sua extinção no dia 19, o limite diário será de 4.000 pessoas.

Os turistas estrangeiros de países vizinhos (Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile) não podiam entrar no país desde 25 de dezembro passado, depois de um breve intervalo de 53 dias (entre 02 de novembro e 25 de dezembro) durante o qual puderam visitar apenas Buenos Aires. Estes turistas estão autorizados a entrar no país desde o dia 01 de outubro passado.

Os estrangeiros do resto do mundo só poderão entrar na Argentina a partir de 01 de novembro, depois de 18 meses em que o país se fechou ao turismo internacional devido à pandemia.

A eliminação dos testes de antigénio para todos os que chegam à Argentina significa o fim de uma exigência que impedia o aumento do número de voos. Para cumprir com a medida sanitária, era necessária uma logística que impunha um intervalo de, pelo menos, 90 minutos entre os voos comerciais.

Desde o início da pandemia, quatro companhias aéreas deixaram a Argentina definitivamente, enquanto outras seis suspenderam todos os voos.

Com a eliminação do sistema de quotas, as companhias preveem aumentar o número de voos a partir do dia 19 à medida que a procura por voos para Buenos Aires retome.

A maior expetativa está entre os brasileiros, principais turistas estrangeiros que visitam anualmente a Argentina (1,4 milhões em 2019), representando 20% do total. Na via contrária, os argentinos são os principais a visitar o Brasil (2,5 milhões em 2019), representando 40% de todos os estrangeiros.

“As companhias aéreas agora poderão planear-se com maior previsibilidade e recuperar a conectividade que perderam durante os 18 meses que foram impedidas de voar. Isso será um impulso para a reconstrução da economia argentina, especialmente através da contribuição do turismo e dos negócios internacionais”, referiu, em nota, a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA, na sigla em inglês).

A partir do dia 19, para entrar na Argentina, um turista precisará preencher uma declaração de compromisso na qual indicará o esquema de vacinação completo com, no mínimo, 14 dias de vigência desde a segunda dose. Todas as vacinas são aceites.

Além de um exame PCR negativo feito nas 72 horas prévias ao embarque, o turista precisará fazer um novo PCR entre o 5.º e o 7.º dia se permanecer no país por mais de cinco dias. Essas exigências isentam o turista de uma quarentena obrigatória.

Quem não tiver um esquema completo de vacinação, inclusive os menores, poderá entrar na Argentina, mas terá de passar uma semana de isolamento, além do teste antigénio ao aterrar.

LUSA/HN

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