Concurso para realojar urgências do Hospital de Setúbal lançado esta semana

13 de Outubro 2021

A administração do Centro Hospitalar de Setúbal anunciou esta quarta-feira que até ao fim desta semana será lançado um concurso internacional para a construção, até 2023, de um novo edifício para realojar as urgências e o Hospital do Outão.

Durante uma audição no parlamento, no âmbito da demissão do diretor clínico do centro hospitalar, Manuel Roque Santos afirmou que “o estrangulamento que mais problemas tem causado ao hospital é a exiguidade” das instalações do seu serviço de urgência, pelo que a construção de um novo serviço tem sido a prioridade na estratégia da administração.

Manuel Roque Santos salientou que “não foi fácil”, mas foi conseguido que os ministérios da Saúde e das Finanças concordassem “com a ampliação do hospital e com a reinstalação dos seus serviços de urgência” pediátrica, geral e obstétrica num novo edifício, cujo “concurso público internacional será lançado até ao final desta semana”.

“A opção do nosso acionista foi de dotar o hospital de um edifício que albergasse e que resolvesse os dois problemas: por um lado reinstalasse o hospital do Outão e também resolvesse os problemas da urgência”, disse.

De acordo com o gestor, o concurso terá o valor de 17,2 milhões de euros, num investimento que se prolongará até 2023.

“Estes 17 milhões de euros tiveram um primeiro encaixe financeiro no hospital de 1,7 milhões de euros, que já temos no nosso capital estatutário. Os restantes estão previstos no Orçamento do próximo ano sendo que a obra acabará no início do ano de 2023. Quer dizer que no ano de 2023 o hospital terá um novo edifício de expansão da sua atividade e, sobretudo, de relocalização dos seus serviços”, acrescentou.

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal foi hoje ouvido no parlamento sobre as dificuldades que está a enfrentar, a requerimento do PCP e do PSD.

Os deputados pretendem ainda explicações do diretor clínico do centro hospitalar, que se demitiu alegando falta de condições em vários serviços.

Depois de Nuno Fachada ter renunciado ao cargo, outros 86 médicos pediram a demissão, sublinhando a “situação de rutura” nos serviços de urgência, nos blocos operatórios, na oncologia, na maternidade e na anestesia, entre outros.

Entre os 86 demissionários estão diretores de serviço e departamentos, coordenadores de unidade e comissões, chefes de equipa de urgência e a restante direção clínica.

Na quinta-feira passada, o Ministério da Saúde anunciou que autorizou a contratação de médicos para sete especialidades do centro hospitalar, sem indicar quantos, e um investimento de 17,2 milhões de euros na ampliação das instalações.

LUSA/HN

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