Brasileiras protestam contra veto de Bolsonaro à oferta de produtos menstruais

14 de Outubro 2021

Dezenas de mulheres protestaram nas ruas do Rio de Janeiro na quarta-feira contra o veto do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, à distribuição gratuita de pensos higiénicos e tampões para cidadãs em condições de vulnerabilidade social.

As manifestantes reuniram-se ao final da tarde na Praça da Cinelândia, tradicional local de protestos no centro da cidade, onde criticaram a “falta de sensibilidade” do mandatário.

Exibindo cartazes e algumas delas usando instrumentos musicais, exigiram que o veto seja derrubado e pediram a saída de Bolsonaro do poder.

“Temos um Presidente que está contra isso, que não ajuda, que só tira o básico à população. Estamos retrocedendo, é algo sem precedentes”, disse à agência espanhola Efe Susana de Oliveira, de 47 anos.

Durante o protesto, as manifestantes também doaram diversos tipos de produtos menstruais para as mulheres mais necessitadas.

Na semana passada, Bolsonaro vetou parte de um projeto de lei aprovado pelo Parlamento que previa a entrega gratuita de produtos como pensos higiénicos e tampões para mulheres em situação de vulnerabilidade social, como as que vivem nas ruas, as presidiárias ou adolescentes de famílias com baixos rendimentos e que estudam em escolas públicas.

O projeto faz parte de um amplo pacote de leis para promover a saúde menstrual no país, onde uma em cada quatro meninas já parou de ir à escola por não poder comprar um penso higiénico, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU).

Pelos cálculos do Senado, o projeto beneficiaria cerca de 5,6 milhões de brasileiras, pelo que o veto presidencial gerou uma onda de críticas de setores políticos e sociais, que classificaram a resposta de Bolsonaro como “absurda”.

“O veto quase integral de Bolsonaro ao Projeto de Lei dos absorventes [pensos higiénicos] é um atentado à dignidade das meninas e das mulheres mais vulneráveis. Todos têm que se posicionar contra este absurdo”, escreveu nas suas redes sociais a deputada Tabata Amaral, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e coautora da proposta.

Bolsonaro, por sua vez, justificou que foi “obrigado” a vetar partes da medida porque não foi especificada a origem dos recursos financeiros para o projeto, justificação que foi duramente criticada pelos legisladores e até por alguns aliados do mandatário.

No meio da forte repercussão negativa que o veto casou, o Governo informou posteriormente que iria “reavaliar” a “viabilidade” da distribuição de pensos higiénicos, tampões e outros produtos sanitários.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Quinta em Coimbra resgata animais e promove ensino alternativo

Uma quinta em Coimbra tem sido o lar de animais resgatados e um espaço de ensino alternativo para crianças, onde a aprendizagem acontece em comunhão com o desenvolvimento emocional e com os seres de quatro patas como grandes amigos.

Cabo Verde lança Portal do Clima e prepara estratégias

Cabo Verde está a analisar os efeitos do aumento da temperatura para adaptar unidades de saúde, num entre vários estudos que ligam a ação climática à vida da população, explicou o responsável pela área, em entrevista à Lusa.

Diagnóstico e tratamento da demência em destaque no Hospital CUF Porto

Com o objetivo de atualizar os profissionais de saúde sobre as mais recentes inovações no diagnóstico e tratamento de queixas cognitivas e demência, a Unidade da Memória e a Unidade da Família do Hospital CUF Porto, em conjunto com a CUF Academic Center, realizam o Curso em Queixas Cognitivas e Demência, nos dias 11 e 12 de julho, no Hospital CUF Porto.

Despiste na A2 provoca um morto e um ferido grave em Ourique

Uma mulher morreu e um homem ficou gravemente ferido hoje, na sequência do despiste de uma viatura ligeira de passageiros na Autoestrada 2 (A2), junto a Ourique, distrito de Beja, disseram fontes da GNR e Proteção Civil.

MAIS LIDAS

Share This