De acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, a taxa de incidência da doença no país mantém-se em 287 mortes por 100 mil habitantes e a taxa de casos é agora de 10.192, num momento em que vários indicadores da pandemia estão em queda no país.
Na contramão da tendência nacional, a taxa de transmissão da Covid-19 no Distrito Federal, que engloba Brasília, capital do país, cresceu no último mês.
Os casos graves da doença em idosos com mais de 80 anos, entre agosto e setembro, superaram o pico de março deste ano, mês em que o Brasil enfrentou o pior período da pandemia. Segundo especialistas, a situação só não foi pior na capital devido ao avanço da vacinação na região.
A nível estadual, São Paulo (4.388.031), Minas Gerais (2.164.781), Paraná (1.533.803) e Rio Grande do Sul (1.451.864) concentram o maior número de infeções.
Já as unidades federativas com mais mortes são São Paulo (151.017), Rio de Janeiro (67.457), Minas Gerais (55.106) e Paraná (39.747).
Segundo o executivo federal, 150,7 milhões de brasileiros receberam a primeira dose de alguma das vacinas contra a doença e 103,7 milhões completaram o esquema vacinal.
O novo boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem, defende que o sucesso no controlo da pandemia no Brasil requer – além de uma elevada cobertura vacinal – a adoção do certificado de vacinação como uma política pública de estímulo à imunização e proteção coletiva, medida a que o Presidente do país, Jair Bolsonaro, se opõe.
A Fiocruz, centro de investigação médica de referência na América Latina e vinculado ao executivo brasileiro, defende ainda a manutenção das outras medidas, como o uso de máscaras, higienização das mãos e o distanciamento físico e social.
“A pandemia ainda está em curso. Estamos avançando, mas não podemos negligenciar cuidados que ainda se fazem fundamentais”, destaca o boletim.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a gestão do Governo brasileiro durante a pandemia, e que está na sua reta final aprovou ontem os requerimentos para a convocação de mais testemunhas.
Na manhã de segunda-feira será ouvido o representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Nelson Mussolini e à tarde será a vez de cidadãos que perderam familiares para a pandemia nas cinco regiões do Brasil
Segundo o senador Randolfe Rodrigues, a presença dos familiares das vítimas é “uma forma de se dar voz a milhares de outras famílias brasileiras que foram dilaceradas pela covid-19”.
A CPI, que ao longo de quase seis meses interrogou 59 pessoas, prepara-se para apresentar na próxima semana o relatório final da investigação.
Segundo a TV Globo, o relatório deverá pedir o indiciamento de Jair Bolsonaro por 11 crimes na condução da pandemia. Ministros, ex-ministros e filhos do Presidente também devem ser responsabilizados por crimes relacionados ao combate à Covid-19.
NR/HN/LUSA
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