Presidente são-tomense manifesta preocupação com aumento do paludismo

16 de Outubro 2021

O Presidente são-tomense manifestou-se na sexta-feira preocupado com o aumento de casos de paludismo no país, sobretudo após o surto que se registou na ilha do Príncipe, onde não se registavam casos há dois anos.

O chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova, visitou ontem o Centro Nacional de Endemias, onde está instalada a coordenação de programa de combate a cinco doenças, nomeadamente o paludismo, a Covid-19, a tuberculose, a sida, e as doenças não contagiosas, que são “as principais causas de morte, neste momento, no país”.

“Eu visitei os serviços, tenho perfeita noção do funcionamento dos mesmos, da interligação com os diferentes apoios por parte da cooperação multilateral e parece-me que agora é preciso, de facto, fazer um acompanhamento descomplexado para que todos esses apoios se traduzam nas melhorias das condições e no combate dessas doenças que nos têm afligido bastante”, disse o Presidente da República.

“Preocupa-me bastante a situação do paludismo”, declarou o chefe de Estado, acrescentando que apesar do programa de erradicação, “esta doença infecciosa conhece recrudescimento”.

Na segunda-feira, a representante da Organização Mundial da Saúde revelou que foi registado um surto de paludismo numa comunidade da Região Autónoma do Príncipe.

“Na região autónoma, que já se encontrava numa fase de consolidação, temos registado sete casos”, disse Vila Nova, alertando que “talvez não sejam só sete”, considerando que as pessoas infetadas “constituem fator de multiplicação para se contaminar mais pessoas”.

O chefe de Estado defendeu a revisão do programa de luta contra o paludismo que prevê a erradicação da doença dentro de 2025 e pediu que sejam adotadas medidas necessárias para que São Tomé e Príncipe não volte a ter o “paludismo como um grande problema”.

Depois de ser informado das ações em curso, o Presidente da República assegurou que vai continuar a acompanhar e influenciar junto ao Governo “para resolver os problemas do domínio da saúde”.

Decorre atualmente a campanha de pulverização em massa na Região Autónoma do Príncipe, e nos distritos de Água Grande e Caué, na ilha de São Tomé.

O coordenador do programa Nacional de Luta Contra o Paludismo, Erodes Rompão, disse à Lusa que os distritos de Mé-Zóchi e Lobata têm registado, ao longo do ano, uma média de 400 casos de paludismo por semana, enquanto o distrito de Água Grande regista 1.000 casos.

“É algo para ir acompanhando. Eu creio que um programa de sensibilização virá ajudar muito”, disse o Presidente da República.

Além do Centro Nacional de Endemias, o Presidente da República visitou ontem o Fundo Nacional de Medicamentos e constatou “que há ruturas de quase tudo”, revelando que há doentes a serem tratados com a mesma prescrição para se fazer aproveitamento de medicamentos.

“Não dá para esconder. Está mau! Não corresponde àquilo que se exige de um país para garantir a saúde que está prevista e garantida na constituição,” afirmou o Presidente da República, no final da visita, que aconteceu uma semana depois de ter estado no Hospital Central, onde também disse ter encontrado várias necessidades.

O chefe de Estado disse que a situação no Fundo Nacional de Medicamentos “não é boa”, e confirma e o que lhe havia sido retratado pelos profissionais de saúde durante uma reunião na quarta-feira.

Desde que foi empossado Presidente da República, em 2 de outubro, Carlos Vila Nova tem focado as suas ações no setor da saúde, através de encontros e visitas aos diferentes intervenientes do sistema.

Após ter visitado o Hospital Central na semana passada, o chefe de Estado encontrou-se, durante esta semana, com a representante da Organização Mundial da Saúde e com representantes dos sindicatos dos médicos, enfermeiros e dos técnicos de saúde para analisar reformas neste setor.

LUSA/HN

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