A falta de médicos de família na extensão de saúde de Santa Catarina, no concelho das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, é a situação mais gravosa, segundo os deputados que, já em julho, tinham denunciado que os pedidos de receituário chegam “a demorar mais de 20 dias”, o que “aliado à falta de consultas da especialidade e de profissionais de saúde para dar resposta condigna, leva ao desespero de centenas de utentes que sem mobilidade e sem recursos financeiros ficam impossibilitados de aceder aos seus medicamentos, quer por falta de receitas, quer pela falta de recursos que permitam usufruir dos medicamentos”.
Em resposta à questão colocada pelos social-democratas, a ministra da Saúde, Marta Temido, informou que a Administração Regional de Saúde de Lisboa de Vale do Tejo (ARSLV) estaria “a envidar esforços” no sentido de encontrar uma solução para aquela unidade, com 1.853 utentes inscritos.
De acordo com os deputados, na mesma resposta, o Governo terá informado que “já teria sido desencadeado um processo de contratação de prestação de serviços médicos” para a unidade.
Três meses depois de levantarem a questão, os deputados do PSD voltaram, na quarta-feira, a questionar a ministra, considerando “incompreensível que se mantenha esta situação” e exigindo saber se “vão ser contratados ou não médicos de família” para o polo de Santa Catarina.
Na mesma data, os deputados voltam a questionar a falta de médicos e de valências na Unidade de Saúde de Rostos, na freguesia de Landal, situação que se tem agravado nos últimos com a perda de “várias valências como as consultas de diabetes, de hipertensão de saúde infantil e de planeamento e saúde familiar”, explicam os deputados.
A perda de valências, de acordo com a denuncia feita em junho, “obriga a deslocações a outras unidades de saúde, nomeadamente à sede de concelho”, situada a mais de 20 quilómetros daquela localidade, afetando, sobretudo, “os mais vulneráveis e os que têm dificuldades de mobilidade”.
O ministério de Marta Temido respondeu novamente à pergunta, esclarecendo que estavam a “ser envidados esforço” para solucionar o problema, “assegurando a realização de consultas dois dias por semana”.
Na pergunta formulada na quarta-feira, os social-democratas dizem tratar-se de “esforços aparentemente inglórios”, visto que a unidade continua “a não responder às expectativas da população e às necessidades prementes dos utentes”.
Assim, perguntam para quando a contratação de médicos e a reposição de valências na unidade, que tem 472 utentes inscritos.
Em A-dos-Francos, a unidade de saúde está a funcionar “apenas com um administrativo”, não tendo “nem médico nem enfermeiro”, impossibilitando os 1.522 utentes inscritos de terem acesso a cuidados de saúde.
Os deputados exigem assim saber quando vai efetivar-se a contração de profissionais e ser reposta a normalidade.
Os três polos em causa integram o Centro de Saúde das Caldas da Rainha, uma das unidades do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte, cuja área de influência abrange os de concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche e que conta com cerca de 180 mil utentes inscritos.
LUSA/HN
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