Em comunicado, a universidade explica que os cientistas desenvolveram um transportador “sem toxicidade e com o tamanho adequado para atravessar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro de substâncias nefastas no sangue e impede a passagem de 98% dos medicamentos”.
Em causa está o transporte da curcumina, uma substância presente no açafrão-da-terra que melhora a memória e a atenção das pessoas e reduz o aparecimento de placas microscópicas que se formam no cérebro de quem tem Alzheimer.
O problema é a fraca solubilidade da curcumina, que faz com que seja mal absorvida pelos intestinos quando administrada por via oral, além de ser eliminada da corrente sanguínea humana.
A solução pode passar por lipossomas (nanopartículas de lípidos) para encapsular e transportar a curcumina até ao sistema nervoso central.
Em concreto, os cientistas da UMinho desenvolveram um novo tipo de lipossomas, com resultados já comprovados num modelo de peixe-zebra, sem registar qualquer efeito secundário.
“Com esta inovação, acredita-se poder desacelerar a progressão e aliviar os sintomas da doença de Alzheimer”, acrescenta o comunicado.
Agora, os investigadores precisam de financiamento para passar à parte internacional e, também, para explorar as potencialidades daquela inovação noutras doenças e noutras perspetivas não terapêuticas que tenham interesse social ou comercial.
A inovação, já patenteada, foi recentemente publicada, como tema de capa, na revista científica “Journal of Controlled Release”.
A investigação junta oito cientistas das escolas de Ciências, Engenharia e Medicina da Universidade do Minho e uma do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), com sede em Braga.
LUSA/HN
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