“Sabemos que Portugal padece de uma falta crónica de recursos humanos na área da saúde, nomeadamente de médicos. No entanto, o que temos assistido recentemente nos centros de saúde de Algueirão-Mem Martins, de Agualva e do Cacém, não é de todo razoável”, escrevem os deputados socialistas na pergunta dirigida ao Ministério da Saúde.
Os parlamentares do PS apontam casos de “utentes que têm de se deslocar de madrugada, uma vez por mês, para tentar agendar uma consulta, filas intermináveis de utentes que ali esperam, para poder requerer a renovação de receitas ou para solicitar esclarecimentos sobre qualquer outro tipo de assunto”, sendo que alguns deles “tinham anteriormente já realizado um contacto através da linha SNS24, não conseguido, no entanto, ver esclarecidas por aquele meio, as suas necessidades”.
“Impossibilitados de aceder a informação que carecem através do telefone, via centro de saúde, impossibilitados de aceder à informação que pretendem, através da linha SNS24, nem de outras plataformas web, apenas lhes resta ir presencialmente ao centro de saúde. Seja para fazer o que seja. Só deste modo se explicam as imagens que todos nós conhecemos, de centenas e centenas de pessoas que se deslocam ao seu centro de saúde pela madrugada, ao frio e à chuva, muitas vezes para fazer uma pergunta simples, para requerer o agendamento de uma consulta, solicitar uma receita ou a renovação de um atestado médico. Tem de existir outro modo de os utentes acederem à informação que desejam”, acrescentam.
Face às notícias da “incapacidade absoluta” dos utentes para acederem às informações, veiculadas pela comunicação social, os deputados socialistas perguntam se o Governo tenciona “alocar mais meios administrativos a este ACES (Agrupamentos de Cuidados de Saúde) de modo a agilizar todos estes procedimentos?”
“Tendo em conta ainda o estado atual do combate à pandemia, do processo de vacinação da gripe bem como do processo de vacinação COVID19, como poderá ser disponibilizada a informação necessária aos utentes, para que não se repita o avolumar de pessoas às portas dos centros de saúde?” e “que medidas está a ARS-LVT e o ACES Sintra a ponderar implementar de forma a recuperar a atividade assistencial que ficou por realizar neste último ano e meio, facilitando o acesso aos cuidados de saúde primários e a minimizar as dificuldades sentidas pelos utentes deste ACES”, questionam.
Os deputados argumentam que “é por todos reconhecido o esforço realizado pela Câmara Municipal de Sintra, com o objetivo de existir no concelho de Sintra melhores unidades de saúde e que estas possam permitir uma melhor prestação de cuidados de saúde aos seus utentes”, para concluírem que por isso mesmo “era expectável pelos utentes e pelos dirigentes municipais que existisse uma melhoria substancial no acesso e no atendimento aos utentes daquele concelho”.
Assinam o requerimento dirigido ao ministério tutelado por Marta Temido os deputados do PS do círculo de Lisboa Paulo Marques, Sérgio Sousa Pinto, Maria da Luz Rosinha, João Miguel Nicolau, Diogo Leão, Pedro Cegonho, Rita Borges Madeira, Alexandra Tavares de Moura, Edite Estrela, Fernando Anastácio, Pedro Delgado Alves, Miguel Matos e Vera Braz.
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