Numa mensagem em vídeo dirigida à cimeira, o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, salientou que a crise climática está diretamente ligada à saúde mundial, num “planeta a aquecer, com mais fenómenos meteorológicos extremos, mais surtos de doenças infeciosas e mais ameaças ao ar, água e fontes de alimentação”.
O compromisso do Programa Sanitário da COP26 implica que os sistemas de saúde funcionem de forma “sustentável e com baixas emissões carbónicas”, num setor que contribui com “quatro a cinco por cento” das emissões de gases com efeito de estufa mundiais, salientou a secretária-adjunta para a Saúde dos Estados Unidos, Rachel Levine.
Na apresentação da iniciativa, que decorreu na COP26, em Glasgow, a responsável referiu que as emissões dos sistemas de saúde tenderão a aumentar na proporção da procura maior a que deverão ser sujeitos no futuro.
“Temos de liderar com as nossas ações”, defendeu, indicando que os países de vários continentes que aderiram ao programa representam “um terço das emissões totais do setor da saúde”.
Entre os 50 signatários, 14 comprometeram-se com datas concretas para terem sistemas de saúde de “emissões zero”, desde o Quénia e Malaui em 2030, à Espanha, São Tomé e Príncipe ou Iémen em 2050.
Estados Unidos, Reino Unido, Moçambique ou Cabo Verde estão também entre os países que aderiram à iniciativa.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de Covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7º C.
LUSA/HN
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