OMS confirma 15 casos com a doença de Marburgo na Guiné Equatorial

OMS confirma 15 casos com a doença de Marburgo na Guiné Equatorial

Desde que o anterior relato sobre o surto de doença foi publicado em 22 de março, com dados de 21 de março, a OMS afirmou, em comunicado, que os novos dados registam “seis casos adicionais confirmados em laboratório da doença de Marburgo” relatados na Guiné Equatorial.

O novo balanço “eleva o total para 15 casos confirmados em laboratório e 23 casos prováveis desde a declaração do surto, a 13 de fevereiro de 2023″.

Entre os casos laboratorialmente confirmados “há 11 mortes (rácio de casos fatais 78,6%, para um caso confirmado o resultado é desconhecido), e todos os casos prováveis estão mortos”, refere ainda a OMS.

O distrito mais afetado é Bata, na província do Litoral, tendo sido comunicados nove casos confirmados pelo laboratório, avança.

A OMS diz também na nota que apoia o Ministério da Saúde do país, reforçando diferentes pilares de resposta à doença, não se limitando à vigilância, incluindo nos pontos de entrada, laboratório, gestão de casos, prevenção e controlo de infeções, comunicação de risco e envolvimento da comunidade.

Em 30 de março, a OMS avaliou o risco de saúde pública representado por este surto da doença “como muito elevado a nível nacional, elevado a nível sub-regional, moderado a nível regional e baixo a nível global”.

Na nota emitida no sábado, a OMS aconselhou restrições às viagens internacionais e ao comércio na Guiné Equatorial.

Em 13 de fevereiro, o Ministério da Saúde e Bem-Estar Social da Guiné Equatorial declarou um surto da doença do vírus de Marburgo (MVD) após a suspeita de mortes por febre hemorrágica viral entre 07 de janeiro e 07 de fevereiro de 2023, e um caso testado positivo em 12 de fevereiro para o vírus de Marburgo por reação em cadeia de polimerase em tempo real (RT-PCR) no Instituto Pasteur em Dacar, Senegal.

A 11 de abril, o Ministério da Saúde equato-guineense divulgou um novo balanço provisório de mortes devido à epidemia do vírus de Marburgo que já confirmava os 11 óbitos.

O mais recente óbito registado pelas autoridades devido à epidemia, que subsiste há cerca de três meses, foi registado em 03 de abril, referia.

Na sua declaração, publicada na rede social Twitter, o ministério também mencionava 15 casos positivos, nenhum dos quais hospitalizados, e 385 casos de contacto que estavam a ser acompanhados, comparativamente aos 604 que tinham sido comunicados na semana anterior.

Os casos deste tipo de febre hemorrágica espalharam-se da província oriental de Kie-Ntem, onde causou as primeiras mortes conhecidas em 07 de janeiro, para Bata, a capital económica do pequeno país da África Central, onde foram confirmados nove casos, de acordo com as autoridades.

Duas semanas antes deste relatório, a OMS exortou a Guiné Equatorial a comunicar casos do vírus de Marburgo, temendo uma potencial “epidemia em grande escala” que poderia afetar os vizinhos Gabão e Camarões.

E anunciou o destacamento de “peritos adicionais” e disse que estava “também a ajudar o Gabão e os Camarões a reforçar a preparação e resposta à epidemia”.

O vírus é transmitido aos humanos por morcegos da fruta e propaga-se através do contacto direto com os fluidos corporais das pessoas infetadas, ou com superfícies e materiais.

A taxa de mortalidade é de até 88%.

Não há vacina aprovada ou tratamento antiviral para o vírus, no entanto, os cuidados de apoio – reidratação oral ou intravenosa – e o tratamento de sintomas específicos aumentam as hipóteses de sobrevivência.

LUSA/HN

Unicef preocupada com crianças sobretudo da Síria

Unicef preocupada com crianças sobretudo da Síria

Até agora, o maior número de vítimas foi contabilizado na Turquia (mais de 3.400 mortos e 21.000 feridos), mas a forte vulnerabilidade da população afetada na Síria – como consequência de 12 anos de guerra civil – preocupa particularmente a Unicef.

Na Síria, foram registados até agora 1.552 mortos e 3.549 feridos.

“Já havia uma situação de emergência no noroeste da Síria. As comunidades já estavam a lutar contra um surto de cólera e a enfrentar fortes chuvas e neve”, lembrou o porta-voz da Unicef, James Elder, em Genebra.

“Num contexto como este, e com mais de uma década de conflito, este terramoto é insuportável”, acrescentou.

Por isso, a agência vai concentrar os primeiros esforços no fornecimento de água potável e serviços de saneamento às comunidades afetadas na Síria, com o objetivo de prevenir o aparecimento de doenças.

Além disso, vai trabalhar para identificar, o mais rapidamente possível, as crianças que estão sozinhas para as reunir com as suas famílias ou garantir-lhes proteção.

Esta semana, todas as escolas das áreas afetadas da Turquia e da Síria estarão fechadas, mas a Unicef vai ajudar as crianças a voltarem à escola “assim que for seguro”, o que as ajudará a “restaurar algum sentido de normalidade no meio do caos”.

O sismo, registado na segunda-feira e que tem sido seguido de fortes réplicas, já causou a morte de mais de cinco mil pessoas na Turquia e na Síria, deixando também milhares de feridos e outros milhares sem abrigo no frio glacial que se faz sentir na região, mas o número ainda é provisório.

Os abalos, o maior dos quais com magnitude 7,8 na escala de Richter, derrubaram milhares de edifícios no sul da Turquia e no norte da Síria. ​​​​

As equipas de socorro mantêm-se nos locais afetados, com os trabalhos dificultados pelas baixas temperaturas que se registam na região.

LUSA/HN

Menos de 30% dos países africanos têm políticas de saúde mental infantil

Menos de 30% dos países africanos têm políticas de saúde mental infantil

“O maior desafio à prestação adequada de serviços de saúde mental em África é o investimento cronicamente baixo dos governos”, afirmou a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Matshidiso Moeti, numa declaração relativa ao Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala hoje, 10 de outubro.

“O sofrimento psicológico em que centenas de milhares de crianças e pais vivem em todo o continente tem um forte impacto nos indivíduos e, por extensão, no bem-estar e desenvolvimento das sociedades”, alertou Mohamed Malick Fall, diretor regional para a África Oriental e Austral do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), na mesma declaração.

Segundo as Nações Unidas, África conta com menos de um profissional na área da saúde mental infantil (0,2) e com menos de dois (1,6) especialistas em saúde mental de adultos por cada 100 mil habitantes, apesar do registo de quase 37 milhões de adolescentes (com idades compreendidas entre os 10 e 19 anos) com perturbações mentais no continente e de uma em cada quatro crianças viverem com um dos pais que sofre de perturbações mentais.

A organização registou também um aumento no consumo de álcool entre os jovens, algo que “pode estar ligado a problemas de saúde mental”.

Mais de 80% dos consumidores de álcool entre os 15 e 19 anos de idade em Angola, República Centro-Africana (RCA), República do Congo, República Democrática do Congo (RDCongo), Guiné Equatorial e Gabão consomem pontualmente grandes quantidades de álcool.

Por outro lado, África é a região com a maior taxa de mortes por suicídio no mundo, advertiu a OMS na semana passada.

Cerca de onze pessoas em cada 100 mil morrem anualmente por suicídio em África, acima da média global de nove por 100 mil pessoas, e o continente alberga seis dos dez países com as taxas de suicídio mais altas no mundo.

A situação é atribuída, em parte, a uma ação insuficiente na abordagem e prevenção dos fatores de risco, incluindo as condições de saúde mental que afetam atualmente 116 milhões de pessoas, número que compara com 53 milhões em 1990.

Os ministros da Saúde africanos aprovaram em agosto passado uma estratégia para reforçar os cuidados de saúde mental e estabelecer diversos objetivos a alcançar até 2030, incluindo o da elaboração de uma política ou legislação sobre saúde mental em todos países do continente.

LUSA/HN

Guterres pede financiamento sustentável para Organização Mundial da Saúde

Guterres pede financiamento sustentável para Organização Mundial da Saúde

“A OMS precisa de apoio global e de investimento”, defendeu Guterres numa intervenção remota na abertura da 75.ª Assembleia Mundial da Saúde, destacando que “o financiamento sustentável” daquela agência da ONU “é um dos principais assuntos deste ano”.

António Guterres afirmou que “não há investimento com mais retorno do que o investimento na saúde”, com benefícios “para as pessoas, para as economias, para o emprego, para a paz e para a segurança”.

“A saúde é esperança. Exorto-vos a que invistam num futuro mais saudável para todos, a que invistam na esperança”, declarou o responsável máximo das Nações Unidas.

O terceiro ano de pandemia de covid-19, marcado ainda por “desigualdade e conflitos”, apresenta “um teste moral que a Humanidade está falhar tragicamente por causa do açambarcamento e acesso desigual às vacinas” para a covid-19, considerou.

A OMS, argumentou, tem sido “uma fonte de apoio” à saúde mundial, com “homens e mulheres que não estão apenas na linha da frente da resposta à covid-19, proporcionando vacinas, testagem e tratamento, mas numa batalha contra outras doenças evitáveis”, como a hepatite, a malária, o VIH-Sida ou a malária.

“A saúde do mundo continua a ser desafiada como nunca antes” e a pandemia “lembra as ligações profundas entre a saúde humana e a saúde do planeta”, afirmou António Guterres.

No entanto, subsistem “sistemas de saúde levados ao limite e com falta de investimento”, lamentou.

LUSA/HN

Mais de 3,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia

Mais de 3,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia

No total, mais de 10 milhões de pessoas, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram que deixar as suas casas, quer seja passando a fronteira para encontrar refúgio em países vizinhos, quer deslocados no próprio país. A ONU estima que existam quase 6,5 milhões de deslocados internos.

Segundo a informação de domingo do ‘site’ do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)foram contabilizados 3.821.049 refugiados ucranianos, mais 48.450 pessoas do que no sábado.

Desde terça-feira, o número de pessoas que querem fugir da Ucrânia diminuiu de 100 mil pessoas por dia para cinquenta mil nos últimos dias.

A Europa não registava este fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.

Cerca de 90% dos refugiados que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), contabilizam-se entre os refugiados mais de 1,5 milhões de crianças.

De acordo com a contagem do ACNUR, na Polónia já entraram, desde o início do conflito, 2.267.103 pessoas oriundas da Ucrânia até sábado, enquanto a Roménia acolheu 586.942 pessoas até à mesma data.

De acordo com a agência da ONU para os refugiados, 381.395 pessoas entraram na Moldova até sábado, a Hungria já recebeu 349.107 ucranianos, a Eslováquia 272.012, para a Rússia seguiram quase 271.254 pessoas e para a Bielorrússia 6.341.

O ACNUR excluiu a contagem de outros países europeus e esclarece que, para os países que fazem fronteira com a Ucrânia e fazem parte do Espaço Schengen (Hungria, Polónia e Eslováquia), os números apresentados são aqueles que cruzaram a fronteira e entraram no país.

A organização estima que “um grande número de pessoas continuou sua jornada para outros países”, no entanto, não contabiliza pessoas de países vizinhos que deixam a Ucrânia para voltar para casa.

Antes da invasão russa, mais de 37 milhões de pessoas viviam na Ucrânia nos territórios controlados por Kiev – que não incluem a Crimeia (sul) anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas do leste do país sob controlo de separatistas pró-russos desde o mesmo ano.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

LUSA/HN