Mais de 3,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia

28 de Março 2022

Mais de 3,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro, mas o fluxo de refugiados diminuiu acentuadamente desde terça-feira, avançou a Nações Unidas (ONU) numa contagem este domingo divulgada.

No total, mais de 10 milhões de pessoas, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram que deixar as suas casas, quer seja passando a fronteira para encontrar refúgio em países vizinhos, quer deslocados no próprio país. A ONU estima que existam quase 6,5 milhões de deslocados internos.

Segundo a informação de domingo do ‘site’ do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)foram contabilizados 3.821.049 refugiados ucranianos, mais 48.450 pessoas do que no sábado.

Desde terça-feira, o número de pessoas que querem fugir da Ucrânia diminuiu de 100 mil pessoas por dia para cinquenta mil nos últimos dias.

A Europa não registava este fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.

Cerca de 90% dos refugiados que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), contabilizam-se entre os refugiados mais de 1,5 milhões de crianças.

De acordo com a contagem do ACNUR, na Polónia já entraram, desde o início do conflito, 2.267.103 pessoas oriundas da Ucrânia até sábado, enquanto a Roménia acolheu 586.942 pessoas até à mesma data.

De acordo com a agência da ONU para os refugiados, 381.395 pessoas entraram na Moldova até sábado, a Hungria já recebeu 349.107 ucranianos, a Eslováquia 272.012, para a Rússia seguiram quase 271.254 pessoas e para a Bielorrússia 6.341.

O ACNUR excluiu a contagem de outros países europeus e esclarece que, para os países que fazem fronteira com a Ucrânia e fazem parte do Espaço Schengen (Hungria, Polónia e Eslováquia), os números apresentados são aqueles que cruzaram a fronteira e entraram no país.

A organização estima que “um grande número de pessoas continuou sua jornada para outros países”, no entanto, não contabiliza pessoas de países vizinhos que deixam a Ucrânia para voltar para casa.

Antes da invasão russa, mais de 37 milhões de pessoas viviam na Ucrânia nos territórios controlados por Kiev – que não incluem a Crimeia (sul) anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas do leste do país sob controlo de separatistas pró-russos desde o mesmo ano.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Investigadores reúnem-se em Lisboa para analisar ‘long-covid’

Investigadores nacionais e estrangeiros reúnem-se na próxima semana em Lisboa, numa conferência internacional inédita que pretende alertar para a relação da ‘long covid’ com doenças, como a fadiga crónica, e a necessidade de encontrar resposta para estes doentes.

OMS lança nova rede de laboratórios para os coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma nova rede de laboratórios para coordenar as capacidades à escala global de deteção, monitorização e avaliação de coronavírus potencialmente novos ou em circulação com impacto na saúde pública.

Apresentados resultados de medicamento para esclerose múltipla

Numa análise post-hoc, os novos dados revelam evidências de benefícios cognitivos na esclerose múltipla recidivante após o tratamento inicial com MAVENCLAD® (cladribina em comprimidos), com melhoria cognitiva sustentada ou estabilidade observada a dois anos.

Federação da paralisia cerebral sensibiliza novo PM para apoios

A Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) pediu a intervenção do novo primeiro-ministro para um conjunto de reclamações que, em alguns casos, estão inalteradas há uma década, queixando-se da falta de respostas do anterior executivo.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights