“Temos agora um total de 144 mortos e 57 hospitalizados, 11 em estado muito crítico”, disse o diretor de comunicações da Agência Nacional de Gestão de Desastres de Serra Leoa, Mohamed Lamrana Bah, em declarações à Efe.
Na quarta-feira, as autoridades locais anunciaram que “o número de mortos aumentou para 131 e 63 pessoas foram hospitalizadas”.
A explosão ocorreu em 05 de novembro, quando um camião que se preparava para abastecer de combustível uma estação de serviço foi abalroado por um reboque e várias pessoas que residiam nas proximidades, assim como condutores de mototáxis, se aproximaram com baldes e bidões para recolher o combustível, que escorria do camião, antes de o veículo explodir.
A prática de extrair combustível derramado de camiões acidentados é comum em países africanos, apesar de ser uma prática perigosa.
Muitos dos feridos sofreram queimaduras graves e, para ajudar na assistência, tanto médicos locais que estavam no estrangeiro como profissionais de saúde do Senegal viajaram para a Serra Leoa.
O principal hospital de Freetown estava “sobrecarregado” e as famílias tinham “dificuldade em identificar os seus entes queridos queimados ou mortos, pois os corpos estão gravemente carbonizados”, explicou o secretário-geral da Cruz Vermelha na Serra Leoa, Kpawuru E.T. Sandy.
Além de profissionais de saúde, o país da África ocidental também recebeu apoio internacional na forma de material médico, principalmente da Organização Mundial da Saúde (6,6 toneladas de material) e dos Emirados Árabes Unidos (15 toneladas).
Na segunda-feira, o Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, declarou três dias de luto nacional e participou num serviço religioso para honrar a memória dos mortos, a maioria dos quais foram enterrados nesse dia.
A cerimónia contou também com a presença de outros altos funcionários do Governo e familiares das vítimas.
Em 06 de novembro, no dia seguinte à explosão, Mohammed Mukhier, diretor em África da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), descreveu o incidente como “doloroso” para um país que ainda tem memórias de outros desastres, como os deslizamentos de terras de 2017, com mais de mil mortos, ou a epidemia de Ébola entre 2014 e 2016, que matou quase quatro mil pessoas só na Serra Leoa.
A Serra Leoa, uma antiga colónia britânica com uma população de 7,5 milhões de habitantes, é um dos países mais pobres do mundo, apesar de ser rico em diamantes.
A sua economia, atormentada pela corrupção, foi devastada por uma guerra civil (1991-2002) que matou 120 mil pessoas.
O país estava ainda a tentar recuperar dos efeitos da epidemia de Ébola quando foi atingida pela pandemia de Covid-19.
LUSA/HN
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